Lisboa, 07 nov 2016 (Ecclesia) – A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) relatou hoje que “milhares de pessoas” se manifestaram em Jacarta, capital da Indonésia, contra um governador cristão que acusam de blasfémia e exigem a sua demissão.
A fundação pontifícia informa que os protestos contra o governador Basuki Tjahaja Purnama, “que se prolongaram pela madrugada”, obrigaram à mobilização de recursos excecionais das forças de segurança durante este sábado e domingo.
“São sinal de um clima de fortes tensões religiosas e raciais na Indonésia, o maior país muçulmano do mundo”, acrescenta.
A AIS contextualiza que “milhares de muçulmanos encheram” também as ruas em outubro acusando o governador de ter insultado o islão ao citar um versículo do Alcorão.
As manifestações contra o governador cristão de etnia chinesa “mobilizaram mais de 50 mil muçulmanos” da “linha dura”, embora existam “relatos para cerca de 150 mil pessoas”, estão a ser analisados como “um aviso” para que o dirigente não se recandidate em fevereiro de 2017.
Segundo a AIS há manifestantes que exigem a “execução” do governador Basuki Tjahaja Purnama, conhecido como Ahok, em cartazes com frases como: “Ahok deve ser executado”; “Jacarta é governada por um infiel.”
A fundação assinala também que as manifestações colocaram em alerta a comunidade chinesa, cerca de um por cento do total da população da Indonésia estimada em 250 milhões de habitantes, que tem na memória os incidentes de maio de 1998, com lojas e casas de habitação “saqueadas e vandalizadas”.
CB