Indonésia: «Estado não está a amparar as minorias religiosas», lamentam os bispos

A Conferência Episcopal da Indonésia (CEI) pretende que as minorias religiosas existentes no país sejam mais protegidas, relativamente aos ataques extremistas provenientes da maioria muçulmana.

Numa carta enviada ao presidente indonésio, Susilo Yudhoyono, a CEI considera que “o Estado parece não ter capacidade para assegurar o amparo das minorias religiosas, quando estas se encontram sob a pressão dos grupos religiosos da maioria”.

Os bispos esperam “sinais concretos contra os grupos extremistas, para que sejam chamados ao respeito da Constituição, já que todos os cidadãos são iguais perante a lei”.

O documento, veiculado pelo “Observatore Romano”, tem as assinaturas do presidente da CEI, D. Martinus Situmorang, e do respectivo secretário-geral, D. Johannes Pujasumarta.

Em causa estão, por exemplo, os incidentes ocorridos nas últimas semanas, em Bekasi e em Bogor, na parte ocidental da ilha de Java.

De acordo com o jornal do Vaticano, cristãos da Igreja protestante de Batak e da Igreja católica de Yasmin viram os seus templos fechados por funcionários do governo. Tiveram que rezar ao ar livre e foram agredidos por extremistas islâmicos.

Os bispos lamentam também a corrupção do sector político, lembrando que “até agora nada foi feito para desterrar o extremismo”. Isto apesar do presidente indonésio ter declarado, no passado dia 15, que “a liberdade religiosa está protegida pela Constituição”, reforça a CEI.

Cerca de 80 por cento da população da Indonésia é muçulmana e apenas 10 por cento professa a religião católica. O budismo e o hinduísmo estão presentes numa escala ainda menor.

A convivência entre os grupos não tem sido pacífica, e já se registaram, só este ano, cerca de 30 episódios de violência contra as minorias religiosas.

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