O presidente do Pontifício Instituto de Estudos Árabes e Islâmicos (PISAI), Pe. Justo Lacunza Balda, qualificou de «loucura» a incitação à guerra que partiu da Grande Mesquita de Roma, um facto que constitui um «problema de ordem pública que o governo deverá enfrentar». O Imã Abdel-Samie Mahmoud Ibrahim Moussa convidou, de facto, a «destruir os inimigos do Islão e a assegurar em todo lugar do mundo a vitória da nação do Islão». Segundo o Pe. Lucunza, um dos maiores especialistas católicos do Islão no mundo, a utilização de espaços institucionais – sejam igrejas, mesquitas ou praças – para incitar a violência e a guerra é inadmissível em um país civil e democrático. «Não se pode dar espaço a quem semeia o ódio e convida os demais a matar. É uma autêntica loucura», afirmou, preocupado pela proporção que pode tomar a situação. «O acontecimento de sexta-feira não é um incidente qualquer: é um facto gravíssimo, inadmissível em uma sociedade democrática», observou o preasidente do PISAI. «O convite à “jihad” prejudica a própria comunidade islâmica italiana, porque alimenta a cultura da intolerância, favorece a suspeita e a rejeição contra os muçulmanos –advertiu–. Pergunto-me: também eu, que dediquei trinta anos de minha vida ao estudo dos textos islâmicos, sou considerado talvez um inimigo do Islão?».
