Uma delegação de índios da região amazónica da Raposa Serra do Sol está em digressão pela Europa, em campanha contra a impunidade e a violência. Segundo comunicado enviado à Agência ECCLESIA, “arrozeiros atacam as suas aldeias, enviando pistoleiros que ameaçam e disparam à queima-roupa, destroem pontes e edifícios”. Os índios exigem que o Supremo Tribunal Federal ratifique o decreto-lei de 2005, homologado por Lula da Silva. A lei reconhece a posse da terra aos índios e expulsa os arrozeiros da sua área indígena. O Supremo Tribunal Federal suspendeu a retirada dos arrozeiros e está sob pressão para anular o decreto-lei. A embaixada indígena passa agora pela Espanha, procurando recolher apoios para a sua causa. Jacir José de Souza e Pierlângela Nascimento da Cunha, lideranças indígenas da Raposa Serra do Sol, Roraima, deixaram apelos para que “a lei seja respeitada”. Pierlângela afirmou que “vemos todos os dias como se discute no mundo todo questões como aquecimento global, a água, e nós estamos a ver tudo isso ser destruído na nossa terra”. Ambos manifestaram ao governo espanhol preocupação com a possibilidade de uma decisão contrária à manutenção da homologação em área contínua. Tal decisão afectaria outros povos indígenas no Brasil. As comunidades indígenas Macuxi, Wapixana, Taurepang, Patamona e Ingarikó passam por momentos de aflição, com anuncio de redução da terra indígena Raposa Serra do Sol, pelo Supremo Tribunal Federal, após de ter suspenso a retirada dos não índios de sua terra. A delegação passará por Portugal de 3 a 7 de Julho para apresentar a campanha «Anna Pata Anna Yan», isto é, «Nossa Terra, Nossa Mãe».