A cidade indiana de Mumbai, antiga Bombaim, recebe de 16 a 21 de Janeiro, o Fórum Social Mundial, que nasceu e se revelou ao mundo na cidade de Porto Alegre. Oded Grajew, um dos mentores do Fórum Social Mundial, refere à Folha de São Paulo que “estarmos diante de um novo e urgente desafio: apontar caminhos, traçar estratégias e principalmente empreender acções que nos levem a um novo mundo possível”. Entre as questões apresentadas estão os “paraísos fiscais”, a fome, as guerras, a distribuição da riqueza e a protecção dos recursos naturais. “EM Davos dizia-se que todos os problemas sociais e ambientais seriam solucionados com a livre circulação de produtos, serviços e capitais. Criar o Fórum Social Mundial, um espaço de encontro da sociedade civil, veio mostrar que podemos e devemos escolher o mundo que queremos, entre uma sociedade onde o social esteja a serviço do económico ou o económico ao serviço do social, entre sermos cidadãos ou só produtores e consumidores, entre construir apenas mercados ou formar comunidades, escolher a competição ou a solidariedade, decidir entre valores apenas monetários ou acima de tudo humanos”, explica. Chico Whitaker, um dos fundadores do Fórum Social Mundial que recentemente esteve em Portugal a convite da Comissão Nacional Justiça e Paz, defende que mudar comportamentos e mudar as estruturas são as atitudes necessárias para combater as injustiças, traduzidas em duas máximas: “domesticar a economia” e “radicalizar a democracia”. O processo pode passar, segundo explicou na altura, por “pressionar o poder, tomar o poder ou pela mutação social”. Nesse sentido, assegura que é necessário “aumentar o controlo social, criando estruturas políticas novas para introduzir no processo democrático a democracia participativa.”
