Comunidade católica de Damão está apreensiva
Lisboa, 07 mar 2023 (Ecclesia) – A comunidade católica de Damão (Índia) está apreensiva perante a possibilidade de uma capela, com mais de quatro séculos, poder vir a ser destruída para dar lugar à construção de um campo de futebol.
O assunto já chegou à Presidência da República Portuguesa e até D. Duarte Pio de Bragança, reclama, em declarações à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (FAIS), uma intervenção urgente, antes que aconteça algo de “irreversível”.
“O Presidente da República acompanha com muita atenção a situação da Capela de Nossa Senhora das Angústias, em Damão, através dos canais diplomáticos habitualmente usados para o efeito”, realçou a embaixadora Maria Amélia Paiva, consultora diplomática de Marcelo Rebelo de Sousa, numa breve carta de apenas dois parágrafos, a que a Fundação AIS teve acesso.
O assunto ganhou relevo depois de a Agência Lusa ter publicado uma notícia sobre a capela, dando eco da apreensão de alguns responsáveis da comunidade católica local.
O padre Brian Rodrigues que presta os serviços religiosos precisamente na referida capela, disse que está até a ser estudada a “eventualidade” de o caso ser levado ao “Supremo Tribunal em Bombaim”.
Por sua vez, o padre Joaquim Loiola Pereira, secretário do Cardeal D. Filipe Neri Ferrão, Arcebispo de Goa e Damão, e Patriarca das Índias Orientais, referiu-se também a este caso em entrevista ao jornal “O Clarim”, da Diocese de Macau, antevendo que situações semelhantes poderão vir a ocorrer.
“Temos de estar prontos a enfrentar iguais episódios que, face às circunstâncias presentes e atitudes e procedimentos de certas autoridades civis, podem vir a multiplicar-se num futuro não muito distante”, disse o sacerdote.
Não é só o Presidente da República portuguesa que está a acompanhar este caso “com muita atenção”.
Também a comunidade monárquica,” normalmente muito ativa nas questões de defesa de património, está a seguir esta situação” e D. Duarte Pio de Bragança referiu, à Fundação AIS, que este assunto deve inclusivamente mobilizar o poder político em Lisboa.
“As autoridades portuguesas deveriam urgentemente pelo menos pedir a suspensão de algum ato que seja irreversível, porque caso contrário um dia destes deitam tudo abaixo e depois não há nada a fazer”, disse.
LFS