Organização católica começa a olhar para respostas de médio prazo, com preocupações pela subsistência das populações
Pedrógão Grande, 21 jun 2017 (Ecclesia) – A Cáritas Diocesana de Coimbra está instalada em Pedrógão Grande, após o incêndio que deflagrou este sábado, provocando mais de 60 mortos, apostando numa resposta de “proximidade” às necessidades presentes e futuras das populações.
Mariana Figueiredo, da organização católica, disse à Agência ECCLESIA que a prioridade passa neste momento por “dar resposta às necessidades das famílias afetadas” e às solicitações de “entidades, empresas e anónimos” que querem ajudar neste momento.
A responsável sublinha a mobilização solidária de “Portugal inteiro” para tentar pôr cobro a uma “tragédia”.
Nas localidades do Concelho de Pedrogão Grande há muitas famílias que ficaram desalojadas e casas desabitadas pela morte de todos os elementos da família.
As equipas da Cáritas no terreno têm feito chegar ajuda médica, psicológica, alimentos e bebidas, bem como alimentos para os animais, estando a apurar junto das populações afetadas quais os bens que ainda são emergentes.
“A Cáritas tomou logo a iniciativa, logo no domingo de manhã o presidente da Cáritas de Coimbra, padre Luís Costa, e o presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio Fonseca, deslocaram-se ao local e tomaram conta das necessidades que havia, bem como dos recursos que estavam a ser disponibilizados por outras entidades”, relata Mariana Figueiredo.
Nos próximos dias, o trabalho passa por visitar as aldeias que ainda estão isoladas, procurando saber junto das pessoas “exatamente o que é preciso” para fazer face às dificuldades.
Além do material exigido pela resposta de emergência médica, os bens mais necessários são papas lácteas, fraldas para crianças e adultos e produtos de higiene, dado que quem deixou a sua casa saiu sem sequer “um pente ou uma escova de dentes”.
As pessoas que foram realojadas, por outro lado, têm sido ajudadas com vestuário, lençóis e atoalhados.
Outra das maiores necessidades no terreno continua a ser a ração para animais – cães, gatos e rebanhos -, como explica Mariana Figueiredo.
“Há rebanhos que sobreviveram mas que podem morrer, entretanto, porque não há pasto”, adverte.
Em causa está a “subsistência” das pessoas, algo que não “pode ser esquecido” neste momento, acrescenta.
Os voluntários começam hoje a contar hoje com uma estrutura montada para dar resposta às várias solicitações, num momento em que “logisticamente não é fácil trabalhar”, admite a responsável da Cáritas Diocesana de Coimbra.
Os incêndios que atingiram de “forma dramática” as populações de Pedrógão Grande, Castanheira de Pêra e Figueiró dos Vinhos e outras zonas de Portugal Continental levaram a Cáritas Portuguesa a avançar com a abertura de uma conta solidária para apoiar todas as vítimas dos incêndios.
A conta 'Cáritas com Portugal abraça vítimas dos incêndios' tem o número 0001 200000 730 e o IBAN PT50 0035 0001 00200000 730 54, na Caixa Geral de Depósitos.
A informação sobre esta campanha está disponível em www.caritas.pt.
HM/OC