Situação nos concelhos de Mação e Vila de Rei é a mais preocupante
Portalegre, 17 ago 2017 (Ecclesia) – O presidente da Cáritas de Portalegre-Castelo Branco alertou hoje para a “catástrofe terrível” que atinge os concelhos de Mação e de Vila de Rei, onde centenas de pessoas tiveram de ser deslocadas devido aos incêndios.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, Elicídio Bilé realça que “devido a novos reacendimentos” nos fogos que afetaram a região nos últimos dias, “que no caso de Mação chegaram ao perímetro urbano”, muitas famílias tiveram de ser retiradas das suas casas, em várias pequenas povoações.
“Em Vila de Rei aconteceu o mesmo, há um número enorme de famílias que tiveram de ser evacuadas, os prejuízos são enormes, há uma grande manifestação de desagrado e descontentamento pela forma como as coisas vão acontecendo”, aponta aquele responsável, referindo-se à falta de meios que tem marcado o combate às chamas.
“Ontem os meios aéreos eram insuficientes para a força das chamas, o que veio agravar a situação”, salientou.
Os fogos nos concelhos de Mação e de Vila de Rei são mesmo considerados os mais graves do país, nesta altura.
Há menos de uma semana, depois de Mação ter sido fustigada pelas chamas, a Cáritas Diocesana de Portalegre Castelo-Branco tinha anunciado um plano para reconstruir oito habitações destruídas pelos incêndios, em cooperação com a autarquia local.
“Estes eram casos mais urgentes e tínhamos de atuar com maior rapidez. Duas destas habitações começaram a ser reconstruídas de imediato. As outras seis vamos analisar orçamentos para podermos começar no mais curto espaço de tempo”, revelou Elicídio Bilé.
Agora, devido ao agravar da situação, vai ser preciso redobrar esforços no apoio às populações.
No caso de Mação, a planificação das operações de ajuda às pessoas afetadas vai ser feita em coordenação com a autarquia e também com o pároco daquela comunidade.
A Cáritas de Portalegre-Castelo Branco também já entrou em contacto com a Cáritas a nível nacional, “para saber qual é a disponibilidade em termos financeiros, uma vez que a situação é muito complexa em todo o país”.
“Todos os recursos são poucos, porque isto é uma catástrofe terrível, nós não temos ideia de uma coisa destas, com tantos prejuízos, com tantas famílias afetadas”, salientou Elicídio Bilé.
Este responsável espera que “se consiga ao longo do dia” resolver ou “diminuir a força dos incêndios”, até porque “já foram disponibilizadas mais forças no terreno”.
No entanto, recorda que as chamas que estão a atingir o país não são movidas apenas pelo calor, pelo vento ou pelo dia, “há muitas deflagrações que acontecem durante a noite”, infelizmente com mão humana.
Uma situação que tem de ser resolvida o mais rapidamente possível, caso contrário “não se sabe onde isto vai parar”, lamenta o presidente da Cáritas Diocesana de Portalegre- Castelo Branco.
De acordo com as autoridades nacionais, só desde as 00:00 horas de hoje já se registaram 31 incêndios florestais, mas no dia de quarta-feira foram detetados 176 fogos.
Entretanto, por despacho do primeiro-ministro, António Costa, e do Ministério da Administração Interna, o Governo vai declarar estado de calamidade devido aos incêndios.
JCP