Incêndios: Bispo do Porto pede a colaboração da população com as forças de segurança e policiais para a identificação de incendiários

«Que ninguém se esqueça que, moralmente, a vida ou os bens retirados aos outros por causa do fogo posto tem a mesma gravidade que o homicídio ou o roubo», escreveu D. Manuel Linda

Foto Lusa/Paulo Cunha

Porto, 17 set 2024 (Ecclesia) – O bispo do Porto pediu hoje a colaboração da população “com as forças de segurança e policiais para a identificação dos pirómanos e dos incendiários que o fazem por maldade”, perante a “situação tão dolorosa” dos incêndios em Portugal.

“Apelo a todos para que se tenha um cuidado redobrado para que não aconteçam mais casos [de incêndios]. Que ninguém se esqueça que, moralmente, a vida ou os bens retirados aos outros por causa do fogo posto tem a mesma gravidade que o homicídio ou o roubo”, afirmou na nota episcopal publicada no sítio online da Diocese do Porto.

D. Manuel Linda apela também “aos agentes pastorais que observem de perto os dramas e intentem uma primeira ajuda ou solução, particularmente aos que perdem tudo”, por exemplo “mediante um ofertório específico para esse fim que fica autorizado desde já”.

“E aos cristãos em geral, que exerçam uma solidariedade ativa e uma partilha de bens, se a situação assim o exigir”, pediu.

“Perante a situação calamitosa dos incêndios em Portugal, com triste destaque para a área desta Diocese do Porto”, o bispo diocesano solidariza-se “com quantos sofrem os seus efeitos”.

D. Manuel Linda faz referência aos “familiares dos mortos e feridos; os que veem desaparecer num instante as suas casas e bens que tanto custaram a ganhar; as autoridades e os bombeiros, cansados e exaustos por uma situação que se prolonga há já vários dias; os que os ajudam com os poucos meios que têm à mão; os que lhes fornecem comida e água; os que amam a natureza, obra de Deus, e agora nada mais podem contemplar que não seja a destruição, obra do homem”.

Além destes, o bispo diocesano não esquece também “os que sofrem doenças graves por causa dos fumos; os que têm de suportar as estradas cortadas e ficam sem meios de transporte para chegarem ao seu local de trabalho; enfim, os que vivem este pesadelo na sua própria pele”.

Sete pessoas morreram e pelo menos 40 ficaram feridas, na sequência dos incêndios que assolam o país desde domingo em Portugal continental, sobretudo nas regiões do centro e norte, e que atingiram algumas dezenas de habitações e obrigaram ao corte de estradas e autoestradas

A Conferência Episcopal Portuguesa, o bispo de Aveiro, D. António Moiteiro, o capelão nacional da Liga dos Bombeiros Portugueses, cardeal D. Américo Aguiar, o patriarca de Lisboa, D. Rui Valério, e o bispo de Viseu, D. António Luciano, também deixaram mensagem de solidariedade, perante a situação que o país vive.

LJ/PR

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Agência ECCLESIA

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