Incêndios: Bispo de Viana do Castelo apela a estratégia «nacional» contra os fogos

É urgente lutar contra «calamidade cada vez mais alarmante», frisa D. Anacleto Oliveira

Viana do Castelo, 21 ago 2017 (Ecclesia) – O bispo de Viana do Castelo considerou este domingo urgente fazer da prevenção dos incêndios uma “causa nacional”, durante as festas em honra de Nossa Senhora da Agonia.

Na homilia da celebração, enviada hoje à Agência ECCLESIA, D. Anacleto de Oliveira lembrou um “pais que está a arder”, uma “calamidade de proporções cada vez mais alarmantes”, tanto em termos de vidas humanas como em “área” de floresta “ardida” e “casas e outros bens destruídos”.

“Chegou a hora de dizermos basta”, frisou aquele responsável católico, numa mensagem dirigida ao presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ao primeiro-ministro, António Costa, e restantes membros do Governo, e a todo o país, incluindo as forças de segurança e justiça, bispos e sacerdotes, e todos os cidadãos.

É imperioso “mudar mentalidades, em formar e promover uma cultura” diferente, que não se “resigne” perante os incêndios “como se de uma fatalidade se tratasse”, sublinhou o bispo de Viana do Castelo.

“Nada há de mais poderoso e eficaz que um povo inteiro unido pela mesma causa, no comum modo viver e pensar, numa mesma cultura. Para isso, é urgente a mobilização de todas as pessoas no nosso País, sem exceção alguma, e a começar pelos seus maiores responsáveis”, acrescentou.

De acordo com dados provisórios divulgados recentemente pela Proteção Civil, este ano já se registaram 10146 fogos, que consumiram cerca de 141 mil hectares de floresta, um pouco por todo o país.

Estes dados representam um aumento de 26 mil hectares de área ardida, relativamente a igual período de 2016.

O incêndio mais grave registou-se na região de Pedrogão Grande, em que as chamas causaram a morte a 64 pessoas e deixaram feridas outras 200.

“Precisamos de todos os cidadãos e cidadãs, dos mais novos aos mais idosos, a viver no País ou fora dele, crentes ou não crentes em Deus. Unamo-nos, todos e de modo concertado, na promoção e defesa da mesma cultura anti-incêndios”, apelou o bispo de Viana do Castelo, que classificou a sua mensagem como “um murro na mesa” necessário”.

E concluiu a sua intervenção com um apelo a Nossa Senhora da Agonia, para  “que nenhum dos presentes saia daqui sem o compromisso de transmitir aos outros a mensagem que ouviu”.

“Que ninguém se cale. Quem cala consente. Calar-se é colaborar no mal que está a destruir a nossa querida Nação”, assinalou.

JCP

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Agência ECCLESIA

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