Inauguração do Centro Pastoral de Amarante

A festa começara de manhã, com a celebração vicarial da Confirmação, na Igreja de São Gonçalo, presidida pelo Bispo do Porto, Dom Armindo Lopes Coelho, e concelebrada pelo Vigário Episcopal da Região de Sobretâmega, Monselhor Clemente, pelo Vigário de Amarante I e pelos párocos dos candidatos ao Crisma, de São Gonçalo e São Veríssimo, de Gatão, Lomba e Salvador. Foram setenta e sete crismados, a maioria deles jovens. Na Homilia, Dom Armindo insistiu que “a fé sem obras está completamente morta” e catequizou sobre a natureza pessoal do Espírito Santo, no seio do mistério de Deus e a sua missão na vida dos crentes, da Igreja e do mundo. Partindo do Evangelho, insistiu no papel do Espírito Santo, “Aquele que nos lembra, nos recorda, nos esclarece sobre a Palavra e a obra de Jesus”. A concluir a celebração, Dom Armindo insistiu na importância dos jovens para uma cultura da «esperança» numa Europa em que, como refere o Papa João Paulo II na Exortação Apostólica, se verifica uma certa “apostasia silenciosa”, uma negação, na prática, da presença e do agir de Deus no mundo. O CORTEJO A chuva da tarde foi mais um sinal de bênção, do que uma ameaça. O previsto cortejo do Largo de Santa Luzia até ao Centro Pastoral concretizou-se, numa manifestação pública de alegria, como há muito não se via. Os 10 anos da Catequese distinguiam-se pelas cores dos balões. Os Bombos de Jazente e a Fanfarra abriam o Cortejo. Os Bombeiros impunham-se com um carro antigo e bonito, preparado para o efeito. Uma multidão de gente abraçou o Centro Pastoral. Tão grande e tão pequeno, naquela hora, que a comitiva das entidades oficiais tinha dificuldade em cumprir as formalidades. A INAUGURAÇÃO Depois da largada de balões, fez-se o içar das Bandeiras, a entrega da Chave pelo Empreiteiro, o destapar da Bandeira do CNE, na Sede dos Escuteiros, do Agrupamento 448. Se a Fanfarra dos Bombeiros fez inicialmente as honras à Bandeira Nacional, a Banda de Música de Amarante acabaria por saudar o Bispo e o povo com hinos de festa. Obviamente não faltaram os foguetes. Mas quase ficava por descerrar a lápide, no meio de uma enorme multidão que deixou o pároco completamente “perdido” entre a gente e “emocionado” pelo magnífico apoio popular prestado a esta casa e a esta causa. Mas a placa foi mesmo descerrada, pelo Bispo, na presença de inúmeras autoridades: o Secretário de Estado da Juventude e Desportos, Dr. Hermínio Loureiro, o Governador Civil do Porto, Dr. Manuel Moreira, o Deputado Nacional Dr. Marco António, o Presidente da Câmara Municipal de Amarante, o Presidente da Assembleia Municipal, o Vereador Dr. Acácio, o Presidente da Junta de Freguesia de São Gonçalo, os representantes da Comissão de Coordenação do Desenvolvimento Regional e ainda de outras instituições locais, como a GNR, a Misericórdia, o Instituto do Emprego, a Cruz Vermelha, o Hospital de São Gonçalo, a Associação Comercial e Industrial, a Cooperativa Agrícola, as várias Escolas de Amarante, os Bombeiros, a Banda de Música e tantas outras que se confundiam num mar de gente. Já no espaço do Auditório, antes ainda da Bênção houve uma apresentação animada de slides, sobre a história da construção do Centro. Seguiu-se a Bênção. Dom Armindo explicou a sua dificuldade em escolher o texto bíblico, dada a amplitude de funções e utilidades a que este Centro Pastoral se destinava. Insistiu na vocação «católica» da Igreja, no seu dever de abertura universal, de modo que todos em Amarante pudesse dizer «esta é a nossa casa. Esta casa é nossa. Não é minha, porque é de todos». O Coro confirmava a palavra-chave da construção e deste dia, cantado o cânone ‘se o Senhor não edifica a casa, em vão trabalham os que a constroem’ (Sal.126,1). OS DISCURSOS DE INAUGURAÇÃO Já na parte dos Discursos, o Pároco saudaria os presentes, glosando essa palavra bíblica do salmista, como “sentido e mote que presidiram ao curso desta Obra, desde a primeira e já longínqua hora do sonho e do projecto, até este instante último da sua forma e concretização”. O seu discurso foi um testemunho de fé na necessidade da graça do Alto, para prosseguir na obra de Deus. E lembrou que “o tempo desta obra nos ensinou a conjugar na mesma vontade os verbos edificar e construir. Porque uma coisa também faz a outra”. A assembleia não resistiu a um fortíssimo aplauso, quando o Pároco, emocionado, concluía o seu Discurso, dizendo: «não é o Centro Pastoral de Amarante a menina dos meus olhos. A “menina dos meus olhos” é a Igreja, sois todos e é cada um de vós». Palavras que comoveram também o Secretário de Estado da Juventude e Desportos que, no seu convicto discurso, exaltou a «juventude» do pároco, o seu dinamismo e coragem, ao construir aquela obra, como espaço e factor de inclusão social. O Presidente da Câmara, mostrou-se muito satisfeito com a construção do Centro, depois de algumas dificuldades “impostas por alguns burocratas e não pelos políticos” destacando o rigor e a qualidade do projecto, a beleza do Edifício, que mereceram todo o apoio e empenho da Câmara, que contribuiu aliás com 50 mil euros (dez mil contos). Armindo Abreu evocou ainda e muito justamente o papel e a importância do ex-Secretário de Estado da Administração Local, o Deputado José Augusto Carvalho, na atribuição do subsídio do Estado em 500 mil euros (100 mil contos) . Dom Armindo encerrou os Discursos, como que inscrevendo uma nota fundamental na vocação desta Casa: «Não à exclusão». Insistiu. A VISITA AO EDIFÍCIO Seguiu-se a visita ao Edifício, onde foram apreciados e explicados os pormenores de Arquitectura, pelos Arquitectos da Arquiprojecta ali presentes, Dante Macedo e José Afonso, este último com especial papel na concepção, desenho e espírito da obra. Dante Macedo, um ilustre amarantino, acompanhou sempre com frequência notável e capacidade invulgar de resposta a construção do edifício em quase duas dezenas de reuniões. Era notória a alegria e a satisfação, por um espaço que oferece beleza e funcionalidade. O LANCHE-CONVÍVIO A Visita terminaria com um lanche oferecido por 750 catequizandos (crianças e adolescentes), alguns amigos, pessoas e empresas ligadas à cultura do vinho e da restauração. A longa cave do Edifício era um «ovo» cheio de gente, que comia, conversava e cantava. Dom Armindo esteve presente, congratulando-se com uma tão expressiva manifestação de apoio e de interesse por esta obra da Igreja. Não se esqueceu de dar os parabéns ao pároco, nesse dia a completar onze anos de paroquialidade. E AGORA? Ao outro dia, na sua Homilia Dominical e ainda «a quente», o Pároco lembrou aos fiéis que «a partir de agora, nada pode ficar como dantes”. “Foi difícil chegar aqui. É ainda mais exigente partir daqui e a partir de aqui. A comunidade tem de dar resposta. E espera-se agora muito mais dela. Se não tivermos obra para construir, temos sempre uma comunidade para edificar. E este esforço continuará, com a capacidade que cada um revelar de servir. De servir a Igreja. Desinteressadamente. De ajudar a Igreja a servir os homens, a servir todas as pessoas de boa vontade”, concluiu. Os pedidos que já têm sido feitos para «ocupar a casa» e os projectos de animação que se sonham, dão-nos o índice justificativo do empenho merecido que o Estado e a Igreja, a Câmara e a Junta de Freguesia, as Paróquias e os seus benfeitores, puseram nesta Casa, que se tornou claramente o grande «Centro», um Centro «Pastoral», o Centro Pastoral «de Amarante».

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