A Federação da Imprensa Missionária denunciou o tráfico de mulheres africanas na Europa, num dossiê publicado no jornal mensal do Pontifício Instituto das Missões Exteriores (PIME). Segundo o documento, o comércio ilegal segue o comando das máfias internacionais organizadas em rotas entre a Nigéria e a Itália. A porta-voz desse drama na África é a irmã Eugenia Bonetti, missionária do Sagrado Coração e coordenadora de um programa contra o tráfico de seres humanos. A religiosa ajuda um centro em Benin City, na Nigéria, que acolhe as vítimas expulsas da Europa ou repatriadas voluntariamente. A estrutura, que ainda prepara as mulheres para regressarem às suas famílias, é fruto da colaboração de entidades e instituições da Igreja. O terreno foi adquirido pela Caritas italiana e a construção foi realizada com um financiamento da Conferência Episcopal Italiana e também com contribuições de sacerdotes salesianos e da própria irmã Bonetti. Segundo a ONU, o comércio de mulheres é a terceira actividade ilegal mais lucrativa no mundo, depois do tráfico de armas e drogas, gerando um lucro estimado em 12 mil milhões de dólares ao ano.