Imigrantes de Leste foram passar o Natal aos seus países

Este ano, as celebrações natalícias nas dioceses alentejanas tiveram menos participantes Este ano, as celebrações natalícias dos católicos de rito bizantino das diocese de Évora e Beja “têm menos pessoas” porque “muitos foram passar esta quadra aos seus países” – disse à Agência ECCLESIA Ivan Hudz, sacerdote ucraniano de rito bizantino, que trabalha nestas dioceses. Ontem, a Igreja de S. Francisco, em Évora, encheu-se de cristãos para celebrarem o nascimento do menino mas “não tivemos o nosso jantar tradicional depois da Eucaristia”. Uma noite especial onde não se come nem carne nem peixe, apenas vegetais. Como hoje, dia 7 de Janeiro, “não é feriado”, o Pe. Ivan Hudz celebrou a missa de Natal pelas 8 horas da manhã porque “muitos dos imigrantes tiveram que ir trabalhar”. A trabalhar com este sacerdote nestas dioceses está o Pe. Antoniy Pavchuk. Os dois dão apoio espiritual a cerca de 5 mil imigrantes de Leste mas “tenho poucos praticantes”. Na manhã de sábado, dia 8 de Janeiro, pelas 10 horas, também na Igreja de S. Francisco, pela primeira vez na diocese de Évora, sete crianças receberão o sacramento da comunhão segundo o rito bizantino. Duas das crianças são filhos de imigrantes residentes em Beja. Uma celebração que terá a presença do bispo auxiliar de Évora, D. Amândio Tomás. O Pe. Ivan Hudz confessou à Agência ECCLESIA que “temos três dias de Natal”. O primeiro é 7 de Janeiro. O dia seguinte “também é dia de Natal mas memória da Sagrada Família”. O dia 9 de Janeiro, memória de S. Estevão, “também faz parte da quadra natalícia”. De acordo com o calendário Juliano (ver peça explicativa), ainda usado na Rússia e em outros países do Leste europeu, o dia 6 de Janeiro volta a ser véspera de Natal. Para muitos cristãos ortodoxos e católicos de rito oriental, só a 7 de Janeiro se assinala o dia do nascimento de Jesus Cristo. A realidade, a que os portugueses já se vão habituando, surge com a vaga de imigração registada no nosso país durante os últimos anos. Além dos ucranianos, a maior comunidade imigrante de Leste, há ainda russos, arménios, georgianos, romenos, búlgaros e várias outras nacionalidades num total próximo das 200 mil pessoas que lutam para manter vivas as suas tradições. Esta nova realidade faz com que aumente também o número de lugares com celebrações litúrgicas de rito bizantino. Calendário Juliano É um calendário solar criado em 45 a.C. pelo imperador romano Júlio César para trazer os meses romanos ao seu lugar habitual em relação às estações do ano, confusão gerada pela adopção de um calendário de inspiração lunissolar. César impõe 12 meses com duração predeterminada e a adopção de um ano bissexto a cada 4 anos. No ano da mudança, para fazer a concordância entre o ano civil e o ano solar, ele inclui no calendário mais dois meses de 33 e 34 dias, respectivamente, entre Novembro e Dezembro, além do 13º mês, o mercedonius, de 23 dias. O ano fica com 445 dias distribuídos em 15 meses e é chamado “o ano da confusão.” Esse calendário, que tem um desfasamento de 13 dias em relação ao nosso, começa a ser substituído pelo calendário gregoriano a partir do século XVI – a Rússia e a Grécia só fazem a mudança no século XX.

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