Imagens de Natal

Sandra Costa Saldanha

Recebemos por estes tempos inúmeras imagens de Natal. É o tempo, por excelência, de circulação da imagem cristã. Com as origens mais heterogéneas, com todos os tipos de representações, mensagens de fé ou de esperança, sintetizam também o gosto duvidoso que (com exceções) norteou a criação de muitas delas.

Cristalizando estereótipos e testemunhos de santidade, diluídas entre a gentileza da lembrança e a materialidade do adorno são, por via da regra, desprovidas de propósito espiritual, significado ou capacidade de transmissão simbólica. E de facto, tão importante quanto o pressuposto estético é, como sabemos, a força da imagem, na sua capacidade de diálogo, sem nunca banalizar a beleza e a sublimidade da mensagem cristã.

Ora, é impossível passar ao lado da mediocridade que grassa por entre as representações massificadas das felicitações natalícias, a avalanche de quinquilharia e souvenires coloridos a que muitos cristãos se resignam. Galerias de coisas banais, que dessacralizam a imagem, adulteram e desmerecem tradições iconográficas seculares. Terá de ser assim?

O Natal constitui, pois, oportunidade certeira de dignificação da imagem sagrada. Feliz Natal!

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