D. Virgílio Antunes criticou «passividade» diante das «situações gritantes de infelicidade e de injustiça»
Coimbra, 09 dez 2014 (Ecclesia) – O bispo de Coimbra considera a celebração da Imaculada Conceição de Nossa Senhora um “dogma” que deve “provocar a fé e a razão” e por outro lado, “a vida e o modo de estar nela”.
Durante a missa dedicada àquela festa litúrgica, esta segunda-feira na capela da Universidade de Coimbra, D. Virgílio Antunes frisou que é preciso “ir mais longe na missão de transformar a sociedade”, marcada por “situações gritantes de infelicidade e de injustiça”.
Dificuldades que poderão ser superadas em conjunto, se as pessoas conseguirem “desinstalar-se das suas comodidades interiores e existenciais, das suas passividades ao nível familiar, social, laboral e humano”.
“Esta solenidade diz-nos que é possível renovar e transformar a sociedade que somos, se estivermos disponíveis para mudar de metodologia e de atitude, inspirados no lema de Maria: Eis a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra”, complementou.
Perante a comunidade estudantil de Coimbra, que tem a Imaculada Conceição como padroeira, o bispo de Coimbra frisou também a importância de continuar a indagar, na sociedade atual, “o lugar de Deus no conhecimento, na fé e na vida da humanidade”.
“Se há questões que é difícil anular, a fé em Deus é uma delas, e nós todos os anos temos a graça de a formular de muitas maneiras, incluindo nesta celebração”, salientou o prelado.
Para D. Virgílio Antunes, a escolha da Imaculada Conceição como patrona da universidade conimbricense é mais do que adequada, já que trata-se de “um dos dogmas que mais desafiam a inteligência, a razão e a fé”.
Neste prisma, alunos e investigadores devem sentir-se desafiados a “nunca desistir de procurar o conhecimento da verdade, numa perspetiva de abertura total a percorrer os caminhos para a encontrar”.
“A Humanidade tem sempre a possibilidade de se renovar e transformar, desde que se abra à verdade e não se canse de procurar ser livre diante de todas as propostas de escravidão que a cercam e que a prendem”, concluiu.
JCP