Arquiteto diplomado com 18 valores pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, em 19 de Abril de 1949, Nuno Teotónio Pereira nasceu na capital e o seu “atelier” no meio dos arquitetos era conhecido pela “sacristia” porque ele e Nuno Portas eram “católicos militantes”. Nascido a 30 de janeiro de 1922, Nuno Teotónio Pereira faleceu esta quarta-feira (20 de janeiro).
Arquiteto diplomado com 18 valores pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, em 19 de Abril de 1949, Nuno Teotónio Pereira nasceu na capital e o seu “atelier” no meio dos arquitetos era conhecido pela “sacristia” porque ele e Nuno Portas eram “católicos militantes”. Nascido a 30 de janeiro de 1922, Nuno Teotónio Pereira faleceu esta quarta-feira (20 de janeiro).
A luta pela liberdade política e as preocupações sociais foram um dos traços da vida deste arquiteto que abdicou, “aos 18 anos, do «H» de Theotónio”, confessou à revista «Público Magazine» de 31 de Janeiro de 1993.
Com barbas brancas – interrompidas em tempos pela PIDE – o «Patriarca da Arquitetura» fundou, em 1952, juntamente com alguns artistas plásticos e arquitetos o Movimento para a Renovação da Arte Religiosa, cuja ação propunha “uma arte religiosa de cariz pastoral, moderna, em contraponto aos modelos tradicionais então em voga”, lê-se no catálogo da exposição bibliográfica «Nuno Teotónio Pereira».
Ao longo da sua carreira recebeu vários prémios de arquitetura e os prémios Valmor de 1967, 1971, 1975, respetivamente Torre de Habitação nos Olivais Norte, Edifício Franjinhas na Rua Braamcamp e Igreja do Sagrado Coração de Jesus.
Após os 18 anos, Nuno Teotónio Pereira começou a “ver muito a sério os aspetos sociais do catolicismo” e procurou contactos com o padre Abel Varzim, “um homem do Movimento Operário Católico que depois foi desterrado de Lisboa”. Com os contactos, leituras e os jornais da “esquerda católica europeia”, o arquiteto foi-se “definindo nessa direção, mas o que me interessava eram os acontecimentos, não era a teoria”, lê-se na entrevista ao referido jornal.
Preso pela PIDE em 1967, 1972 e 1973, tendo sido libertado da prisão de Caxias após o 25 de Abril de 1974, Nuno Teotónio Pereira afirma que a certa altura, após a Revolução dos Cravos, começou a sentir-se “fora da Igreja” e o primeiro elemento que o levou a tomar esta decisão foi sentir-se “incapaz de estar em comunhão, como se diz na Igreja, com os bispos, com os dirigentes” e acrescenta: “Não podíamos estar no mesmo barco”. (Cf. Jornal citado anteriormente).
Ativista na luta contra a guerra colonial, o arquiteto reconhece que foi alertado para o problema “através das publicações católicas” e recebeu influência “dos padres angolanos que foram desterrados para cá”. Considerou que o tempo da clandestinidade “foi um período apaixonante” visto que pretendia “que a opinião católica tomasse consciência da situação e da contradição entre a guerra colonial e os apelos de paz que o Papa fazia com frequência, sobretudo o João XXIII”.
LFS