II Concílio do Vaticano: «Transferências» e novos bispos no episcopado português

Após o encerramento do II Concílio do Vaticano (dezembro de 1965), num curto período de tempo (23 de janeiro a 28 de fevereiro de 1966) foi assinalado pelo fato de seis bispos portugueses terem tomado posse de seus novos cargos, o que pode ser interpretado como sintoma e esperança de renovação pastoral.

Após o encerramento do II Concílio do Vaticano (dezembro de 1965), num curto período de tempo (23 de janeiro a 28 de fevereiro de 1966) foi assinalado pelo fato de seis bispos portugueses terem tomado posse de seus novos cargos, o que pode ser interpretado como sintoma e esperança de renovação pastoral.

A aplicação das decisões conciliares à vida da arquidiocese de Évora foi o tema dominante da saudação pastoral proferida por D. David de Sousa que entrou naquele território alentejano a 23 de janeiro de 1966. Este bispo franciscano nasceu em São João de Alpendurada (Porto) a 25 de outubro de 1911 e faleceu em Lisboa a 5 de fevereiro de 2006.

Depois de exercer o seu ministério episcopal na Diocese do Funchal, D. David de Sousa quando entrou na arquidiocese de Évora disse: “Venho do Concílio Ecuménico Vaticano II e venho exatamente do seu encerramento. Venho precisamente na hora em que o concílio pôs a inteira disposição da Igreja e do mundo todos os seus documentos” (Boletim de Informação Pastoral – Ano VIII – Nº 46-47 – Página 58).

O novo prelado ainda estava imbuído pela chama conciliar e disse que trazia “na inteligência, no coração e nas mãos as quatro constituições, os nove decretos e as três declarações do concílio”. O bispo franciscano esteve naquela assembleia magna, convocada pelo Papa João XXIII e continuada por Paulo VI, de forma “ativamente presente, da primeira à última sessão pública, da primeira à última congregação geral, do primeiro ao último dia do concílio”.

Nas suas palavras iniciais na arquidiocese de Évora, D. David de Sousa sublinhou que tomou parte “em todos os debates e em todas as votações”. Acompanhou “o longo «curriculum» dos documentos conciliares, do princípio ao fim”. Depois de relatar as vivências daquele período (1962-1965), o novo arcebispo de Évora salientou que esperava dos seus diocesanos “a necessária disposição, abertura e sofreguidão para receber avidamente, arquivar integralmente e viver escrupulosamente tão vasto e rico património doutrinal, pastoral e disciplinar” (Boletim de Informação Pastoral – Ano VIII – Nº 46-47 – Página 58).

Na sua alocução, o anterior bispo do Funchal deseja que a “intensa chama do concílio” inflame e transforme os seus diocesanos “em homens e cristãos a toda a prova”, mas também e sobretudo “em autênticos apóstolos das constituições, decretos e declarações conciliares”.

No próximo artigo sobre o II Concílio do Vaticano farei referências aos outros bispos que deram entrada nas dioceses portuguesas.

LFS

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