50 anos depois da primeira missa celebrada em língua vernácula pelo Papa Paulo VI, após as alterações litúrgicas promulgadas pelo II Concílio do Vaticano. A entrada em vigor da primeira fase desta reforma ocorreu a 07 de março de 1965. Como sempre, nem todos acolheram as novidades da mesma forma.
50 anos depois da primeira missa celebrada em língua vernácula pelo Papa Paulo VI, após as alterações litúrgicas promulgadas pelo II Concílio do Vaticano. A entrada em vigor da primeira fase desta reforma ocorreu a 07 de março de 1965. Como sempre, nem todos acolheram as novidades da mesma forma.
Por cá, António de Oliveira Salazar disse “francamente não gostei da transformação conciliar operada” (Nogueira, Franco – «Salazar. O último combate (1964-1970)». Vol.VI. Porto: Civilização Editora, 2000 pag. 204). Também o francês André Frossard revela que se converteu “com a antiga missa” e lembra-se bem “de como ficava maravilhado”. Aquele membro da Academia francesa (falecido em 1995) revela mesmo que se a sua conversão tivesse acontecido após as alterações litúrgicas introduzidas pelo concílio, “a minha gratidão não seria por certo a mesma”. (Frossard, André – «Retrato de João Paulo II». Mem Martins: Publicações Europa-América).
O papa argentino presidiu a uma celebração na paróquia da capital italiana de «Todos os Santos», na mesma igreja escolhida, em 1965, pelo Papa Montini. Na altura, o sucessor do Papa João XXIII – convocou o II Concílio do Vaticano (1962-1965) – sublinhou que se inaugurava “a nova forma da Liturgia em todas as paróquias e igrejas do mundo, para todas as Missas seguidas pelo povo”. “É um grande evento que deve ser recordado como princípio de jubilosa vida espiritual, como um compromisso novo na correspondência ao grande diálogo entre Deus e o homem”, disse o Papa Paulo VI.
Ao assinalar a “inauguração da reforma litúrgica” com a celebração da Missa na “língua falada pelas pessoas”, o Papa Francisco assinalou que a liturgia é "um meio privilegiado para ouvir a voz do Senhor, que guia pela estrada da retidão e perfeição cristã".
A Constituição conciliar «Sacrosanctum Concilium», que entrou em vigor há 50 anos, define a liturgia como “a primeira e indispensável fonte através da qual os fiéis podem atingir o verdadeiro espírito cristão”.
O Boletim de Informação Pastoral (BIP) nº 37-38 revela que “a impressão global com que ficámos foi a de que a reforma litúrgica foi aceite com interesse e docilidade pelo clero e pelos fiéis, não se tendo registado oposições ou resistências significativas”.
Segundo a mesma publicação, dirigida pelo cónego Manuel Franco Falcão (posteriormente foi ordenado bispo), a preparação do clero fez-se mais ou menos por toda a parte sob a forma de “instruções e ensaios das novas rubricas, em reuniões normais ou extraordinárias”, frequentemente presididas e dirigidas pelo bispo diocesano.
LFS