O Papa Paulo VI foi o primeiro Papa da história a pisar a terra de Jesus, desde que São Pedro saiu de lá para pregar o evangelho. Nessa memorável peregrinação, em Janeiro de 1964, na Via Dolorosa, o sucessor do Papa que convocou o II Concílio do Vaticano naufragou no meio de uma onda de multidão «que o submergia e o fazia reemergir».
O Papa Paulo VI foi o primeiro Papa da história a pisar a terra de Jesus, desde que São Pedro saiu de lá para pregar o evangelho. Nessa memorável peregrinação, em Janeiro de 1964, na Via Dolorosa, o sucessor do Papa que convocou o II Concílio do Vaticano naufragou no meio de uma onda de multidão “que o submergia e o fazia reemergir”.
Naquele trajeto, Paulo VI estava só, “ninguém do seu séquito conseguiu ficar junto a ele, nem sequer o secretário, padre Macchi, que levava consigo o discurso a pronunciar”, (In: Carlo Cremona; «Paulo VI», Lisboa, Edições Paulistas). No meio da confusão, a polícia apressou-se a fechar a Porta de Damasco logo a seguir à passagem de Paulo VI. “Desanimado, o padre Pasquale Macchi dirigiu-se ao oficial: «Sou o secretário de Paulo VI…». E aquele, incrédulo e despachado: «E eu sou o secretário de Kruscev»”. Depois, pôde “felizmente alcançar o Papa”, revela a obra citada anteriormente.
O rosto do Papa Montini estava marcado por um sorriso surpreendente: «Querem-me bem, como a Jesus!». Paulo VI teve numerosos encontros diplomáticos: com o jovem rei da Jordânia, Hussein; com o presidente da República Israelita, Zalman Shazar e outras autoridades políticas. “Corajosamente, contestou toda a calúnia contra a memória de Pio XII”, lê-se na obra de Carlo Cremona.
Foram também inesquecíveis os encontros religiosos, com os patriarcas de várias confissões cristãs, sobretudo com o patriarca ecuménico Atenágoras, onde o “humilde e forte ecuménico abraço deve ter feito saltar de alegria a Igreja invisível de Cristo”. Na célebre visita à Terra Santa, o papa que deu continuidade à assembleia magna convocada pelo Papa João XXIII (canonizado em abril último) também se deslocou a outros locais bíblicos. “O coração de Paulo VI abriu-se a uma sinfonia de orações a Cristo, dialogadas com ele, de pedido de perdão, de vontade de reconciliação universal”, refere o livro «Paulo VI».
Foi providencial a determinação da viagem naquele momento. Posteriormente, já não teria sido possível efectuá-la. A 6 de janeiro de 1964, depois da missa celebrada na basílica da Natividade, em Belém, o regresso a Roma, ao fim da tarde.
Passados 50 anos deste acontecimento que marcou a história da Igreja, o Papa Francisco que anunciou, recentemente, a beatificação do Papa Montini, vai também à Terra Santa, de 24 a 26 deste mês. Uma forma de comemorar a visita do seu antecessor.
LFS