II Concílio do Vaticano: O bispo que descansou à sombra dos castanheiros

Quando se comemora o centenário de nascimento de D. Manuel António Pires (1915-1999) é conveniente recordar um dos participantes portugueses no II Concílio do Vaticano. Nascido a 27 de março de 1915 em Vila Boa (Bragança), este prelado serviu a Diocese de Bragança-Miranda em muitos campos de ação pastoral e foi pastor de Silva Porto (Angola).

Quando se comemora o centenário de nascimento de D. Manuel António Pires (1915-1999) é conveniente recordar um dos participantes portugueses no II Concílio do Vaticano. Nascido a 27 de março de 1915 em Vila Boa (Bragança), este prelado serviu a Diocese de Bragança-Miranda em muitos campos de ação pastoral e foi pastor de Silva Porto (Angola).

No livro «D. Manuel António Pires – história de vida de um missionário», da autoria de Luis Vale, lê-se que antes de partir para Portugal, a caminho da IV sessão do II Concílio do Vaticano (1962-1965), o prelado da antiga colónia portuguesa agilizou toda a logística necessária para a viagem do “grupo de religiosas que se preparava para ir para Silva Porto” (cartas para a irmã Marta de 26 de julho e de 14 agosto de 1965).

Tal como acontecera nos anos anteriores – relata D. Manuel António Pires – a visita pastoral à diocese terminou por volta de 20 de agosto, tendo de seguida “feito as malas e viajado para Portugal. Chegou a Bragança no dia 25 de agosto, de onde escreveu ao padre Manuel Vale, “que ficara em Silva Porto, tratando de vários assuntos relacionados com a administração da diocese”.

Nessa missiva informou também o sacerdote que iria para Vila Boa “descansar à sombra dos castanheiros” (acervo do padre Manuel Vale. A sua passagem, em trânsito para Roma, por Bragança e Vila Boa também é noticiada pelo jornal «Mensageiro de Bragança», edição nº 1080, de 27 agosto).

Nos dias que antecederam a viagem para Roma, a 10 de setembro, D. Manuel António Pires escreveu uma carta ao seu colaborador mais próximo onde relatou o que fez no período de descanso nas terras transmontanas. “Estive com o teu irmão na Senhora da Serra e fomos os dois a Madrid, donde acabamos de regressar. (…) Esteve muito animada a festa do casamento da tua sobrinha Madalena. Dia 12 seguirei para Lisboa para tomar o avião para Roma, dia 13 (…) Por aqui continua a grande estiagem com graves prejuízos para a lavoura” (In: «D. Manuel António Pires – história de vida de um missionário», página 147).

Tal como referiu, o prelado viajou para a capital italiana no dia 13 a “tempo de iniciar, a 14 de setembro, os trabalhos da quarta e última sessão” do concílio convocado pelo Papa João XXIII e continuado pelo Papa Paulo VI. Como “era seu hábito, mesmo ausente, D. Manuel António Pires “não deixava de tratar dos assuntos da sua diocese e, por intermédio do seu secretário, manteve-se a par de tudo o que ia acontecendo” naquela diocese.

LFS

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