II Concílio do Vaticano: Nas «encruzilhadas da vida» de D. António Ribeiro

O cardeal-patriarca de Lisboa, D António Ribeiro, não participou nas sessões do II Concílio do Vaticano (1962-1965), mas teve um papel fulcral na divulgação desta assembleia magna realizada na Basílica de São Pedro, no Vaticano.

O cardeal-patriarca de Lisboa, D António Ribeiro, não participou nas sessões do II Concílio do Vaticano (1962-1965), mas teve um papel fulcral na divulgação desta assembleia magna realizada na Basílica de São Pedro, no Vaticano.

De 1959 a 1964 apresentou, aos sábados, na RTP, o programa «Encruzilhadas da Vida», em que debatia temas de atualidade, frequentemente, sugeridos pelos próprios telespectadores. Nos três anos seguintes (1964/67) foi o rosto do programa, no mesmo canal televisivo, «Dia do Senhor».

Naqueles programas televisivos demonstrou “as suas qualidades de comunicador, aliadas a um apurado sentido crítico e a uma rara capacidade de leitura cristã dos acontecimentos” – escreveu o diretor do «Correio de Coimbra», padre António Jesus Ramos, numa crónica dois dias depois da sua morte.

Após prolongado sofrimento, no dia 24 de março de 1998, faleceu, em Lisboa, este homem nascido em S. Clemente de Basto, na diocese de Braga, a 21 de maio de 1928. Depois de frequentar os seminários daquela diocese foi ordenado a 5 de julho de 1953. O então arcebispo de Braga, D. António Bento Martins Júnior, mandou-o estudar para Roma (Itália) onde se doutorou na Pontifícia Universidade Gregoriana com a tese «A Doutrina do Evo em S. Tomás de Aquino. Ensaio sobre a duração da alma separa».

Depois de uma séria formação humanística, filosófica e teológica, o jovem António Ribeiro cedo foi lançado para a ribalta da Comunicação Social.

Para além de trabalhar na área da comunicação social, o futuro bispo auxiliar de Braga (eleito a 3 de Julho de 1967) foi assistente nacional e diocesano da Liga Universitária Católica e ainda das associações profissionais de médicos, farmacêuticos, juristas, engenheiros e professores.

“Ninguém estranhou, deste modo, que o jovem sacerdote fosse chamado a assumir o múnus episcopal aos trinta e nove anos de idade. A Igreja escolhera-o para suceder, na diocese moçambicana da Beira, ao carismático D. Sebastião Soares de Resende. Era uma tarefa difícil, o que demonstra bem a confiança que a Santa Sé nele depositava. Só que Deus escreve direito por linhas tortas. A sua figura ao mesmo tempo aberta e tranquila, a serenidade da sua postura perante os problemas mais difíceis e a prudência firme das suas posições eram necessárias em Portugal num período que, naquele final dos anos sessenta, se adivinhava conturbado a diversos níveis” – redigiu o padre A. Jesus Ramos no «Correio de Coimbra» de 26 de Março de 1998.

LFS

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