II Concílio do Vaticano: Chenu e as categorias deste tempo

Durante o II Concílio do Vaticano (1962-65) o teólogo francês, Marie-Dominique Chenu, desempenhou um papel central nas reflexões conciliares. Este dominicano (Soisy-sur-Seine 1895 – 11 de fevereiro de 1990) foi um grande especialista em História Medieval e professor na Universidade de Sorbonne (Paris).

Durante o II Concílio do Vaticano (1962-65) o teólogo francês, Marie-Dominique Chenu, desempenhou um papel central nas reflexões conciliares. Este dominicano (Soisy-sur-Seine 1895 – 11 de fevereiro de 1990) foi um grande especialista em História Medieval e professor na Universidade de Sorbonne (Paris).

Entrou para a Ordem dos Pregadores (Dominicanos) em 1913 e concluiu os seus estudos em Roma, em 1920, tornando-se professor no convento de Le Saulchoir.

Um dos seus primeiros livros «Le Saulchoir: Une École de Teologie», publicado em 1937 foi colocado, cinco ano depois, no Índex, o índice dos livros proibidos da Igreja Católica, por traduzir uma “nova teologia” inclinada para o “semimodernismo, o relativismo e o subjetivismo”, como criticou o teólogo Pietro Parente no jornal «L´Osservatore Romano».

Na obra «Le Saulchoir: Une École de Teologie», Chenu falava dos “lugares teológicos em ato, para a doutrina da Graça, da Encarnação, da Redenção”, escreveu António Marujo na Revista «Mensageiro de Santo António – Junho de 2013». Mais tarde, referiu Marie-Dominique Chenu, que ainda não utilizava a expressão «sinais dos tempos», que só lhe ocorreu na altura do II Concílio do Vaticano, mas era “evidente que o conceito estava já presente”.

Depois da II Grande Guerra Mundial, entre 1946 e 1952, foi professor na Universidade de Sorbonne, em Paris. Reabilitado, ainda que não de forma completa, pois apenas pode participar no concílio Vaticano II como consultor de um bispo de Madagáscar, veio a ser reconhecido como um dos mais influentes teólogos do século XX. O teólogo dominicano foi um dos fundadores da revista «Concilium».

No seu livro «A Teologia do século XX», Rosino Gibellini cita Chenu, quando ele definia a tarefa contemporânea da Teologia, entrando em debate com a encíclica de Pio XII: “Temos hoje um problema grave, o de introduzir as ciências humanas na Teologia”.

Numa entrevista a Jacques Duquesne, em 1975, Chenu diria que estava “ávido de experiências concretas”. Uma delas foi a sua participação, enquanto conselheiro e teólogo, no Movimento dos Padres Operários em França, que seria proibido pelo Vaticano, em 1954. A defesa que Chenu fez do grupo de padres operárias (cuja proibição foi motivo de um pedido de desculpas do episcopado francês, em 2004, meio século depois da decisão) obrigou-o a deixar Paris e a ser transferido para Rouen, na Normandia.

O Papa Paulo VI cita passagens da obra de Marie-Dominique Chenu na encíclica «Populorum Progressio».

LFS

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