II Concílio do Vaticano: As sementes e os esquissos da nova Sé de Bragança

Recuando 50 anos, o então bispo daquela diocese transmontana, D. Abílio Vaz das Neves, teve a iniciativa – com o apoio técnico do Movimento de Renovação de Arte Religiosa (MRAR) de lançar um concurso de anteprojetos para a Sé de Bragança. O primeiro prémio foi atribuído ao anteprojeto elaborado por uma equipa constituída pelos arquitetos Luís Vassalo Rosa e Francisco Figueira, escultor António Alfredo, engenheiro Eduardo Zúquete e o padre Albino Cleto como consultor.

O primeiro documento conciliar foi a Constituição «Sacrosanctum Concilium», publicado a 04 de dezembro de 1963 no encerramento da segunda sessão do II Concílio do Vaticano (1962-65). Segundo o bispo de Bragança-Miranda, D. José Cordeiro, a liturgia é a primeira “grande escola permanente da fé e da vida espiritual”.

Recuando 50 anos, o então bispo daquela diocese transmontana, D. Abílio Vaz das Neves, teve a iniciativa – com o apoio técnico do Movimento de Renovação de Arte Religiosa (MRAR) de lançar um concurso de anteprojetos para a Sé de Bragança. O primeiro prémio foi atribuído, por júri competente e representativo das entidades interessadas, ao anteprojeto elaborado por uma equipa constituída pelos arquitetos Luís Vassalo Rosa e Francisco Figueira, escultor António Alfredo, engenheiro Eduardo Zúquete e o padre Albino Cleto como consultor.

O bispo de então (Ifanes, Miranda do Douro, 8 de Junho de 1894 – Macedo de Cavaleiros, 1974) deu ao anteprojeto vencedor a sua aprovação, que foi confirmada pelo seu sucessor, D. Manuel de Jesus Pereira, e as primeiras entidades que tinham de se pronunciar sobre ele, “fizeram-no favoravelmente” (In: Boletim de Informação Pastoral – Ano VII – Junho – nº 39).

Na explicação do projeto da nova Sé de Bragança lê-se que os materiais empregados nas paredes e nas coberturas, cuja natureza “não é mascarada com revestimentos desnecessários, são arrancados ao chão de Trás-os-Montes, e o seu emprego generoso contribui fortemente para identificar o edifício com a paisagem envolvente”. O volume sólido e maciço da nova sé da diocese de Bragança-Miranda “está em consonância com o castelo situado em ponto elevado do outro lado da cidade” (Cf. Boletim de Informação Pastoral – Ano VII – Junho – nº 39)

A obra, para ser moderna, “não necessitou de procurar malabarismos de originalidade”. Os seus autores souberam olhar à volta, compreender e exprimir “em linguagem arquitetónica realidades de séculos”. A coerência do exterior com o interior é total. Um espaço arquitetónico “não é só definido pelas paredes, pelo chão e pelo teto”. A luz natural é um dos “elementos preponderantes” nessa definição. Também este aspeto foi inteiramente dominado neste caso.

Num momento de renovação litúrgico-pastoral e profunda evolução da arquitetura sacra, o concurso teve a revelar entre os projetistas verdadeiros valores. Num total de 12 trabalhos apresentados, “quase todos de bom nível, foi inegavelmente um êxito”, sublinha o texto do BIP.

LFS
 

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Agência ECCLESIA

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