A plena integração da Igreja católica no movimento ecuménico mais amplo aconteceu no II Concílio do Vaticano. A questão ecuménica esteve presente desde o início na caminhada conciliar, muito devido à experiência e à sensibilidade do Papa João XXIII. A experiência diplomática em França, Grécia e Turquia do cardeal Angelo Giuseppe Roncalli (futuro Papa João XXIII) moldou a personalidade deste homem que convocou o II Concílio do Vaticano (1962-65)
A plena integração da Igreja católica no movimento ecuménico mais amplo aconteceu no II Concílio do Vaticano. A questão ecuménica esteve presente desde o início na caminhada conciliar, muito devido à experiência e à sensibilidade do Papa João XXIII. A experiência diplomática em França, Grécia e Turquia do cardeal Angelo Giuseppe Roncalli (futuro Papa João XXIII) moldou a personalidade deste homem que convocou o II Concílio do Vaticano (1962-65).
É fundamental recordar que a assembleia magna foi convocada a 25 de janeiro de 1959, precisamente no último dia da celebração do Oitavário de Oração pela Unidade. E um dos objetivos do II Concílio do Vaticano passava pela restauração da unidade dos cristãos.
Apesar da sensibilidade do Papa João XXIII, as sementes foram lançadas para o terreno nas décadas anteriores. Na encíclica «Mystici Corporis» (1943) e não obstante uma “visão renovada da Igreja à luz do princípio da encarnação, Pio XII mantém a posição tradicional de uma simples e total identificação entre Igreja de Jesus Cristo e Igreja católica” (In: «Ecumenismo – Situações e perspectivas»; José Eduardo Borges de Pinho; Lisboa; UCeditora).
Mas no pontificado de Pio XII começam a dar frutos os movimentos “refontalização bíblica, patrística e litúrgica que impulsionaram a renovação da teologia católica na primeira metade do século XX” (obra citada anteriormente). Com o mesmo Pio XII, através da instrução «Ecclesia Catholica», datada de 20 de dezembro de 1949, mas só publicada a 1 de março de 1950, aparece “o primeiro pronunciamento oficial positivo”, ainda que “com muitas preocupações face ao movimento ecuménico”.
Antes dos trabalhos conciliares se iniciarem, o Papa João XXIII criou o Secretariado para a Unidade dos Cristãos (15-06-60), um organismo que teve importância fulcral na orientação global do II Concílio do Vaticano e, em particular, nalguns dos seus documentos. Por decisão do mesmo Papa, este secretariado foi elevado, poucos dias depois do início dos trabalhos conciliares, ao nível de comissão conciliar. Deste modo, os seus membros foram colocados numa situação de igualdade de estatuto relativamente às outras comissões do concílio. Uma particularidade digna de registo é que os membros desta comissão foram designados pelo Papa, não escolhidos pelos padres conciliares.
Com as reformas da cúria romana, o secretariado foi transformado no atual Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos. Teve como primeiro presidente o cardeal Augustin Bea (1960-68) e o atual é o cardeal Kurt Koch, anteriormente bispo de Basileia (Suiça).
LFS