II Concílio do Vaticano: A geração que seguiu D. António Ferreira Gomes foi alimentada pelo padre Manuel Madureira

Apetece respigar algumas frases desta obra sobre esta figura notável do clero do Porto. “Um mestre que não morreu”; “O Dr. Madureira foi na escola de Teologia do Seminário do Porto, quer pelo saber, quer pelo carácter emblemático da sua exemplaridade, um dos professores mais luminosos e mais marcantes de sempre”; “Era um homem inteligente, justo e tolerante, no discurso e na vida”.

O II Concílio do Vaticano (1962-65) foi um acontecimento que marcou o clero no Porto e o padre Manuel Álvaro Madureira teve um papel central. Nascido a 16 de setembro de 1916, no Brasil, veio para Portugal em tenra idade (7 anos). Residia em Ariz (Marco de Canaveses), quando, em 1932, se matriculou em Filosofia, no Seminário do Porto. Cinco anos depois, terminou o terceiro de Teologia com 18 valores. Em 1938, começou a frequentar Teologia, em Roma, onde foi ordenado diácono e presbítero, um ano depois.

Chegado ao Porto (1940) foi nomeado professor e prefeito do Seminário de Nossa Senhora da Conceição. Foi nesse cargo pastoral que marcou uma geração (1940 a 1975) de padres daquela diocese. No jornal «Voz Portucalense» de 15 de junho de 2011, João Alves Dias – foi também seu aluno – tem uma afirmação emblemática: “Penso que esta nossa geração do Porto que seguiu o D. António foi, no fundo, preparada e alimentada pelo ensino do Dr. Madureira”.

Falecido em novembro de 2009, o cónego Rui Osório recorda o seu professor de Teologia Sacramental, no último ano do curso no Seminário maior do Porto. “Ia-me fazendo a vida cara e com razão”, desabafou o colunista Rui Osório na «Voz Portucalense» (VP) de 18 de novembro de 2009. Era tido “como um dos mais competentes professores de Teologia”, no entanto, o colunista da VP realça que ele era rigoroso “na pedagogia, servida em Latim clássico e fluente”, mas “incapaz de comentar na sua cátedra o que nos interessava – as novidades teológicas e pastorais” do II Concílio do Vaticano.

Na obra «Manuel Álvaro de Madureira – In Memoriam» – dividida em três blocos: Antologia de textos; Ensaios e Depoimentos – existe unanimidade em considerar este padre da Diocese do Porto como um mestre. 

Apetece respigar algumas frases desta obra sobre esta figura notável do clero do Porto. “Um mestre que não morreu”; “O Dr. Madureira foi na escola de Teologia do Seminário do Porto, quer pelo saber, quer pelo carácter emblemático da sua exemplaridade, um dos professores mais luminosos e mais marcantes de sempre”; “Era um homem inteligente, justo e tolerante, no discurso e na vida”; “Um mestre que juntava a ciência teológica, a sabedoria, a justa avaliação dos homens e dos acontecimentos, sempre norteado pelo valor da verdade” e “A autenticidade em tempo de imitações, a verticalidade em tempos em que todos se vergavam”.

No próximo artigo continuarei a falar da obra deste homem vertical.

LFS

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