II Concílio do Vaticano: 50 anos do «embrião» da UCP

O episcopado português esteve reunido, no Seminário dos Olivais, Lisboa, de 11 a 15 de janeiro de 1965. Não foi publicado nenhum comunicado sobre os trabalhos, mas uma nota pastoral sobre a Universidade Católica Portuguesa (UCP). A futura UCP “não quer ser uma escola fechada ao diálogo com os problemas vários da cultura atual”.

O episcopado português esteve reunido, no Seminário dos Olivais, Lisboa, de 11 a 15 de janeiro de 1965. Não foi publicado nenhum comunicado sobre os trabalhos, mas uma nota pastoral sobre a Universidade Católica Portuguesa (UCP). A futura UCP “não quer ser uma escola fechada ao diálogo com os problemas vários da cultura atual”.

Esta instituição pretende estar no interior da cultura, sentindo “as conquistas e ansiedades do homem de hoje e iluminá-la com as luzes e esperanças do Evangelho”. (Boletim de Informação Pastoral; Ano VII – Janeiro-Fevereiro; Nº 36). Ao lado das universidades civis, a UCP quer “ser irmã, respeitadora e admiradora do seu meritório labor, prolongando-o, aprofundando-o, completando-o com a reflexão cristã”.

Nesta reunião, presidida pelo cardeal Manuel Gonçalves Cerejeira, estiveram quase todos os bispos residenciais da metrópole, a que se juntaram, em representação dos bispos do ultramar, os arcebispos de Luanda (Angola) e Lourenço Marques (Moçambique). A nota – datada de 16 de janeiro de 1965 – realça que a instituição universitária será “aberta fraternalmente a todos” e não um estabelecimento “estritamente clerical, reservado a eclesiásticos, e fechada ao mundo” (Comunicação do Episcopado Português sobre a criação da Universidade Católica Portuguesa. In: BIP Nº 36, Página 36-37).

Na reunião ficou também estabelecido que a comissão episcopal responsável pela UCP era presidida pelo Patriarca da altura, D. Manuel Gonçalves Cerejeira, e pelo arcebispo de Évora e bispo de Portalegre – Castelo Branco. A parte principal (45 mil metros quadrados) do terreno para as instalações da UCP já tinha sido adquirida por escritura de 18 de novembro de 1964. Fica situada a paredes meias com a cidade universitária de Lisboa e “não pretende ser concorrente e muito menos rival das existentes”, mas complementar na linha da cultura, especialmente da cultura cristã. “Um largo intercâmbio de professores, alunos, cursos e instrumentos de investigação é desejado e prometido” (lê-se na nota)

Uma comissão instaladora composta por 16 membros (8 sacerdotes e 8 leigos), presididos pelo Bispo de Tiava, D. José Pedro da Silva, trabalhou arduamente para que o embrião se tornasse um bébé que cresceu com o tempo. Dos leigos que fizeram parte desta comissão saliento alguns: Valentim Xavier Pintado; João Miller Guerra e Francisco Pereira de Moura.

A Universidade Católica Portuguesa “não se encerrará em vaso fechado”, repetindo um monólogo sem ouvintes. A UCP pretende projetar a sua doutrina e repensar a obra científica em plano superior e “informando cristãmente a cultura”.

LFS

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