Igrejas precisam de rotinas de segurança e conservação

O Director do Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja (SNBCI), João Soalheiro, considera que, em matéria de segurança e conservação do património, existem “rotinas simples” que “não se encontram asseguradas”. No editorial da última edição do semanário Agência ECCLESIA, este responsável lembra práticas indispensáveis como “a verificação do estado dos edifícios, ao menos uma vez por ano, a constatação do estado das entradas e respectivas portas e janelas, o controlo de chaves, a implementação de um registo cadastral/inventário dos bens culturais, o resguardo particular daqueles bens que, por dimensão ou qualquer outro factor, requeiram especial atenção”. Para o Director do SNBCI, “as notícias, por regra alarmantes, de roubos e de actos de vandalismos trazem os problemas da segurança ao convívio das preocupações quotidianas dos cidadãos, que não apenas dos políticos”. “O certo, no entanto, é que ainda estamos longe de ver garantida uma atitude de empenhamento colectivo que contrarie este difícil cenário”, lamenta. Neste contexto, destaca-se o projecto Igreja Segura – Igreja Aberta, promovido pelo Instituto Superior de Polícia Judiciária e Ciências Criminais em parceria com diversas instituições estatais e da sociedade civil. Para João Soalheiro, a iniciativa “ tem chamado a atenção de todos os interessados para os problemas que afectam a segurança e a conservação de um nicho muito relevante do património cultural português: os templos afectos ao culto católico espalhados um pouco por todo o país”. “Factores como o envelhecimento das comunidades, sobretudo em espaços rurais, ou como o cada vez menor compromisso em causas sociais alargadas, tão marcantes nos amplos anonimatos das cidades, obrigaram ao encerramento, definitivo ou sazonal, de muitos desses templos, que também por essa via ficaram ainda mais vulneráveis, desde logo ao abandono e aos assaltos”, constata. Este responsável considera que o principal impacto do projecto será mais ao “nível do despertar de consciências do que propriamente pelos resultados materiais que possa alcançar, sempre magros face à tremenda realidade a enfrentar”.

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