Igrejas cristãs em Portugal caminham para o reconhecimento mútuo do Baptismo

Assunto esteve sobre a mesa numa reunião, esta semana, e deverá ser definido a curto prazo A Comissão Episcopal para a Doutrina da Fé (CEDF, católica) e o Conselho Português de Igrejas Cristãs (COPIC) decidiram avançar para o reconhecimento mútuo dos baptismos nas Igrejas Católica, Presbiteriana, Metodista, Lusitana e Anglicana em Portugal. As duas organizações reuniram-se na passada segunda-feira para reflectir sobre uma série de questões presentes na “Carta Ecuménica Europeia” – publicada em 2001 – entre as quais estava a do Baptismo. A Igreja Católica já deixou clara a orientação de que se avance no sentido do “reconhecimento mútuo”, seja no Directório para a aplicação dos princípios e das normas sobre o ecumenismo, seja através de uma recente intervenção do presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, cardeal Walter Kasper. “A recomendação é que o reconhecimento mútuo dos Baptismos seja formalizado em texto público, dando-se passos concretos”, referiu à Agência ECCLESIA D. Manuel Felício, da CEDF. Como nem esta comissão nem a COPIC assumem decisões em nome das suas Igrejas, nesta matéria, a questão será colocada no seio das diversas comunidades religiosas. Dentro de meses vai ser levado à Conferência Episcopal Portuguesa um documento, que constitua a base desse reconhecimento. “No nosso próximo encontro é possível que já haja um texto que será analisado por todos, no sentido de ser assinado pelas Igrejas cristãs de Portugal”, afirma D. Manuel Felício. Em discussão está também a questão dos “casamentos mistos” (entre fiéis de Igrejas diferentes), em que se encontra por definir o espaço de intervenção de cada uma das Igrejas. Os representantes das comunidades cristãs definiram ainda outras áreas de cooperação, assinalando desta forma a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, celebrada de 18 a 25 de Janeiro. “Falamos da necessidade de evangelizar uma sociedade descristianizada, estreitando a cooperação entre nós, nomeadamente divulgando material que já existe”, revelou o bispo auxiliar de Lisboa, especialista em Ecumenismo. A assistência religiosa nos hospitais, a presença nas escolas e a formação teológica são alguns dos campos onde se sente a necessidade de “uma actuação concertada de todos os cristãos”.

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