Igreja: «Vida Ascendente» procura valorizar reformados nas comunidades católicas

Movimento cristão tem responsáveis portugueses em cargos internacionais

Lisboa, 04 nov 2014 (Ecclesia) – O ‘Vida Ascendente -Movimento Cristão de Reformados’ (VA-MCR) quer valorizar a presença nas paróquias e na sociedade de quem já se aposentou da sua atividade profissional, evitando o seu isolamento.

“É um movimento muito interessante que nasceu a partir da ideia que as pessoas [depois da reforma] têm vida para viver, alegria para partilhar, convívio para fazer, oração para rezar e escusam de estar isolados mas abrir horizontes na própria vida”, explica o padre António Rego, assistente religioso para a Europa da VA-MCR, à Agência ECCLESIA.

O sacerdote, que começou por aceitar o convite para ser assistente nacional, em 2013, a pedido de D. António Marcelino (1930-2013), bispo emérito de Aveiro, revela que existem “três pontos fulcrais” no movimento que eram um apostolado mas agora são um “exercício de compromisso com a comunidade”: “Fraternidade ou amizade; espiritualidade, a partir da Bíblia, e sair em missão”.

Para o sacerdote, o movimento também ajuda a que a sociedade “perceba o que são as pessoas idosas”, que se retire o preconceito de que “são inúteis” porque “têm potencialidades que mais ninguém tem”.

O “Vida Ascendente” é um movimento católico criado por três franceses (André d’ Humières, Léon Harmel e Anne-Marie Couvreur) em 1962, na Europa  com o nome Vie Montante Europe, pelo Mundo – V.M. Internationale e é reconhecido pelo Vaticano.

O movimento começou em Portugal em 1985, está presente em 16 dioceses e tem personalidade jurídica reconhecida pela Conferência Episcopal Portuguesa.

Marta Melo Antunes, presidente internacional do movimento, destaca que a reforma é uma fase da vida onde “as pessoas têm algumas perturbações” porque “não é fácil largar a vida profissional”.

“O movimento pretende fundamentalmente dar um novo sentido a uma fase que continua a ser uma vida que temos de pôr ao serviço dos outros, render os dons”, destaca a responsável participa nas reuniões desde 2003 mas quando ouviu falar do VA-MCR e lhe fizeram a proposta de participar não ficou “muito entusiasmada”.

“Porque gostava de ensinar e do contacto com os jovens e achava que pessoas da minha idade não valia a pena”, explica a professora que um mês antes da reforma pretendia ajudar a sua paróquia no acompanhamento aos mais novos.

Marta Melo Antunes foi eleita presidente mundial e o cónego António Rego assistente religioso para a Europa no oitavo Encontro Internacional da Vida Ascendente, Movimento Cristão de Reformados (VA-MCR), que decorreu em Namur, na Bélgica, entre os dias 15 e 20 de outubro.

O presidente nacional do movimento VA-MCR, comenta que, como noutros países, em Portugal existe uma “estrutura de pessoas” que normalmente “nas paróquias” reúnem-se de 15 em 15 dias e com um livro de apoio – O tempo é superior ao espaço – têm momentos de oração, reflexão de temas, partilha e conclusões que se colocam “na mesa na reunião seguinte”.

“Depois resultam ações concretas em relação à intervenção na Igreja e na sociedade, há maiores ou menores atividades formativas, culturais, retiros e criam-se laços de fraternidade, amizade”, explica Élio Abreu que foi convidado para assistir a uma reunião um ano antes da sua aposentadoria.

“O grupo tinha uma dinâmica muito própria e gostei muito”, recorda o paroquiano da igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Lisboa.

“Não é uma antecâmara da morte mas espaço de vida”, frisa ainda o padre António Rego que destaca que desde que é assistente nacional sente-se “muitíssimo bem e mais jovem”.

PR/CB

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