Igreja: Vaticano quer «dar maior visibilidade» às consequências da atividade mineira

Encontro de três dias vai expor «situações de ilegalidade e de corrupção, de poluição e violação dos direitos humanos»

Cidade do Vaticano, 17 jun 2015 (Ecclesia) – O Vaticano promove a partir de hoje três dias de reflexão à volta da atividade mineira e do impacto que esta pode ter na natureza e também na vida das populações.

Segundo a Rádio Vaticano, o evento denominado “Unidos a Deus, ouçamos um grito” é organizado pelo Conselho Pontifício Justiça e Paz e junta cerca de “30 representantes das comunidades atingidas pela atividade mineira, provenientes de países de África, da Ásia e da América”.

A Santa Sé espera que desta reunião saiam “propostas para futuras ações por parte da Igreja ou das próprias comunidades”, no sentido de “dar maior visibilidade às situações de violência e intimidação, de ilegalidade e de corrupção, de poluição e violação dos direitos humanos, ligadas à extração mineira”.

Conta ainda “interpelar os responsáveis políticos, as administrações públicas, os empresários e investidores para que ouçam o grito dos oprimidos e o grito da terra, à luz da Encíclica Laudato si’, do Papa Francisco”.

Na atividade marcam também presença cerca de 15 representantes de Conferências Episcopais, Congregações e redes como a Caritas, a CIDSE e Iglesias y Minería”.

A Fundação Fé e Cooperação, organização não-governamental de apoio ao desenvolvimento e que está ligada à Conferência Episcopal Portuguesa, é parte interessada neste processo.

Além de integrar a rede CIDSE (que junta várias instituições europeias empenhadas na defesa dos países mais carenciados) tem-se associado a várias iniciativas ligadas à preservação da Terra e dos povos desfavorecidos.

Recentemente a FEC manifestou o seu apoio a uma campanha intitulada “Tecnologia Livre de Conflito”, que conta também com a parceria da Fundação Gonçalo da Silveira.

Um projeto que visa impedir a compra de minerais provenientes de zonas de conflito e contribuir para um uso responsável das novas tecnologias.

Em causa está por exemplo a situação na República Democrática do Congo onde, segundo as duas organizações portuguesas, “minerais usados na fabricação de vários aparelhos tecnológicos”, como o telemóvel ou o tablet, são extraídos de “zonas de conflito”, controlados por grupos armados.

JCP

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