Encontro decorre de 24 a 26 de outubro, com a presença do Papa Leão XIV e 2 mil participantes dos cinco continentes

Cidade do Vaticano, 22 out 2025 (Ecclesia) – O Vaticano vai acolher entre sexta-feira e domingo 2 mil pessoas dos cinco continentes, para o Jubileu das Equipas Sinodais, um ano depois do final da XIV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo.
“O encontro marca o início da fase de implementação das orientações do documento final” dessa assembleia, refere uma nota enviada hoje à Agência ECCLESIA.
Segundo a Secretaria-Geral do Sínodo, o Jubileu representa “o primeiro momento coletivo” da nova etapa sinodal, destinada a “traduzir as linhas pastorais e estruturais do documento final em práticas que reforcem a natureza participativa e corresponsável da Igreja”.
O evento quer também reconhecer o serviço “precioso e discreto” das equipas e conselhos diocesanos, pastorais e económicos.
A delegação portuguesa vai contar com 27 pessoas, nomeadamente os membros da equipa sinodal da Conferência Episcopal e representantes de nove dioceses: Angra, Aveiro, Beja, Évora, Funchal, Leiria-Fátima, Lisboa, Setúbal e Viseu.
A sessão de abertura tem lugar na sexta-feira, às 15h00 (menos uma em Lisboa), com intervenções do cardeal Grzegorz Rys, arcebispo de Lodz(Polónia); do padre e teólogo português Miguel de Salis Amaral, da Universidade Pontifícia da Santa Cruz, em Roma; e da brasileira Mariana Aparecida Venâncio, da equipa sinodal da Conferência Nacional de Bispos do Brasil.
O programa prossegue, duas horas depois, com a presença do Papa Leão XIV para um encontro-diálogo: “representantes de sete regiões eclesiais apresentarão os desafios da implementação da sinodalidade, seguindo-se um diálogo direto com o Santo Padre”.
No sábado, a agenda é marcada por uma peregrinação com passagem pela Porta Santa, seguida de encontros, em mais de cem grupos, 25 workshops e seis seminários sobre a conversão missionária e sinodal da Igreja; às 21h00 de Roma, tem lugar uma vigília mariana de oração na Praça de São Pedro, aberta a todos os peregrinos.
No domingo, Leão XIV presidie à Missa conclusiva do Jubileu, pelas 10h00 locais, na Basílica de São Pedro.
“A participação da equipa sinodal nacional e de membros das equipas sinodais diocesanas neste Jubileu é um sinal de comunhão com a Igreja Universal e reforça o compromisso da Igreja em Portugal em continuar este processo de escuta e discernimento conjunto trazido pelo Sínodo sobre a Sinodalidade, rumo a uma Igreja cada mais sinodal e missionária”, indica a Conferência Episcopal Portuguesa.
A 30 de junho, o Vaticano publicou um documento com “pistas para a fase de implementação” do Sínodo nas comunidades católicas, que sublinham a necessidade de “experimentar” e transformar práticas eclesiais.
“A fase de implementação tem como objetivo experimentar práticas e estruturas renovadas, que tornem a vida da Igreja cada vez mais sinodal, a partir da perspetiva geral traçada pelo documento final”, assinala o texto, divulgado pela Secretaria-Geral do organismo.
A última Assembleia Geral do Sínodo, cuja segunda sessão decorreu de 2 a 27 de outubro de 2024, teve como tema ‘Por uma Igreja sinodal: participação, comunhão, missão’; o processo começou com a auscultação de milhões de pessoas, pelas comunidades católicas, em 2021, e a primeira sessão sinodal decorreu em outubro de 2023.
Francisco promulgou o documento final e enviou-o às comunidades católicas, sem publicação de exortação pós-sinodal, uma possibilidade prevista na constituição apostólica ‘Episcopalis communio’ (2018), tendo ainda convocado uma inédita Assembleia Eclesial, para 2028.
Até dezembro de 2026, estão previstos “percursos de implementação nas Igrejas locais e nos seus agrupamentos”; no primeiro semestre de 2027 devem acontecer “assembleias de avaliação nas dioceses”, a que se seguem, no segundo semestre, “assembleias de avaliação nas Conferências Episcopais nacionais e internacionais”.
Para o primeiro quadrimestre de 2028 vão ser marcadas “assembleias continentais de avaliação”.
O documento propõe processos de discernimento eclesial para “identificar formas e procedimentos de governação adequados a uma Igreja sinodal”, bem como a valorização de “experiências de escuta e diálogo nas comunidades”.
As pistas destinam-se, em primeiro lugar, aos bispos diocesanos e equipas sinodais, oferecendo critérios para que a implementação a nível local esteja em harmonia com a de toda a Igreja.
OC