Igreja une crianças e «avós adotivos»

Diretor do Centro Social de São Vicente de Paulo, em Lisboa, saúda Ano Europeu do Envelhecimento Ativo

Lisboa,03 jan 2012 (Ecclesia) – O Centro Social de São Vicente de Paulo, em Lisboa, constitui há mais de 30 anos um exemplo de promoção da convivência entre gerações, onde cada criança tem o seu “avô ou avó adotivo”.

Em entrevista concedida ao semanário Agência ECCLESIA, hoje publicado, o diretor da instituição, cónego Francisco Crespo, fala de uma obra que desde o início foi projetada para servir “uma família alargada”, onde todos pudessem contribuir para a formação e bem-estar dos utentes.

Situado na paróquia de São Vicente de Paulo, em Campolide, o Centro apoia atualmente mais de 260 idosos e 460 crianças, adolescentes e jovens, maioritariamente vindos dos bairros da Serafina e da Liberdade.

À volta da igreja paroquial, evoluem lado a lado, com atividades comuns, as valências de centro de dia, lar, apoio domiciliário, creche, jardim de infância e ATL.

“Quisemos que cada criança pudesse ter o seu avô ou avó adotivo, elas vêm habitualmente ao centro de dia ou ao lar com as suas educadoras, para dar vida àqueles que, normalmente, estão sozinhos”, realça o sacerdote.

Segundo o cónego Francisco Crespo, esta ligação “brota naturalmente” do espírito que sempre norteou o centro, prolongando-se depois a todas as atividades que compõem o programa anual da instituição e que envolve também a comunidade paroquial.

“O nosso programa anual não tem a ver com uma comunidade paroquial separada do centro, as duas coisas formam um todo, e temos vários pontos culminantes, como o Natal, a Pascoa, o Carnaval, o desporto, as colónias de férias e ações de formação”, acrescenta.

[[a,d,1858,(Reportagem do programa de rádio Ecclesia no Centro Social – 04-03-2011)]] Numa altura em que a Europa inicia um novo ano dedicado ao “Envelhecimento Ativo” e à “Solidariedade entre Gerações”, aquele responsável sublinha que mais do que “teorias e seminários” é preciso “ir para a prática” e favorecer projetos que olhem para os idosos como um “contributo” e não como um “peso” para a sociedade.

Recordando a carta que o beato João Paulo II escreveu aos idosos, em 1999, o diretor do Centro Social e Paroquial de São Vicente de Paulo defendeu a necessidade de “respeitar os anciões como uma memória coletiva”, que ainda “podem dar muito” quer a pessoas quer a instituições.

Pedro Duarte, que trabalha naquela instituição como psicólogo há mais de sete anos, destaca a importância do estabelecimento de laços entre idosos e crianças para “quebrar a solidão e a exclusão social”.

Por outro lado, contribuem para o desenvolvimento dos mais novos, “ao trazerem as suas histórias de vida para o presente, de um modo positivo e saudável”.

“Isto é algo que, para nós tem sido uma grande batalha, fazer com que os idosos que durante toda a sua vida ativa sempre trabalharam continuem a sentirem-se úteis”, sustenta.

O Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre Gerações é promovido em 2012 pela Comissão Europeia do Emprego, Assuntos Sociais e Inclusão para fomentar o debate à volta do papel que os mais velhos podem desempenhar na sociedade.

JCP

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