Mónica e Tomás Caldeira Cabral relatam percurso de discernimento proposto pelo Papa para casais em segunda união
Lisboa, 22 mar 2021 (Ecclesia) – Mónica e Tomás Caldeira Cabral, casados há 13 anos, falaram com a Agência ECCLESIA sobre a sua experiência familiar, marcada pela exortação ‘Amoris Laetitia’ que o Papa publicou há cinco anos, admitindo que católicos em segunda união possam aceder aos Sacramentos.
Mónica Caldeira Cabral sublinha que vive numa “família a duas velocidades, umas vezes com cinco, outras vezes com três elementos”, porque além da filha em comum, o seu marido teve um primeiro casamento e dois filhos.
O Papa Francisco propõe na sua exortação apostólica sobre a família, publicada em 2016 após duas assembleias do Sínodo dos Bispos (2014 e 2015), um caminho de “discernimento” para os católicos em segunda união, sublinhando que não existe uma solução única para estas situações.
Tomás Caldeira Cabral sublinha que a possibilidade de “uma reconstrução do amor falou sempre mais alto”, apesar de reconhecer que o processo “foi difícil”.
Com ligação à Igreja, o casal fez “sempre o percurso” de pertença à comunidade católica, sentindo-se “acolhidos”.
A exortação apostólica de 2016, reconhecem, mudou o olhar da Igreja Católica sobre uma “fronteira”, permitindo novos processos de discernimento.
Depois deste percurso, Mónica e Tomás Caldeira Cabral sentem “liberdade para participar na Comunhão”, mas também com “o cuidado de não chocar as comunidades locais”.
Para o casal, os “caminhos pastorais” desbravados pela ‘Amoris Laetitia’ surgem como uma proposta “revolucionária”, marcando “um antes e um depois”.
“A falta da Comunhão ajudou a valorizar a Comunhão”, reconhecem.
“Muitos não fazem caminho porque esbarram com uma parede ou com uma pessoa mais legalista”, acrescenta o casal.
O ano especial da família começou na solenidade de São José (19.03.2021) e decorre até à celebração do X Encontro Mundial das Famílias, em Roma (26.06.2022).
O Papa publicou a 8 de abril de 2016 a sua exortação apostólica sobre a Família, ‘Amoris Laetitia’, uma reflexão que recolhe as propostas de duas assembleias do Sínodo dos Bispos (2014 e 2015) e dos inquéritos aos católicos de todo o mundo.
Ao longo de nove capítulos, em mais de 300 pontos, Francisco dedica a sua atenção à situação atual das famílias e os seus numerosos desafios, desde o fenómeno migratório à “ideologia de género”; da cultura do “provisório” à mentalidade “antinatalidade”, passando pelos dramas do abuso de menores.
PR/LFS/OC
Ano «Amoris Laetitia»: Papa defende «novo olhar sobre a família» por parte da Igreja