D. Jorge Ortiga afirma que este «fenómeno novo» é um «desafio» para a evangelização
Fátima, Santarém, 10 jan 2014 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana (CEPSMH), D. Jorge Ortiga, afirmou hoje que o turismo religioso é um “fenómeno novo carregado de ambiguidade” que oferece “variadíssimas oportunidades para evangelizar”.
“Ninguém se pode iludir. Para muitos ele [o turismo religioso, ndr] é uma simples oportunidade que está na moda para atrair e diversificar os conteúdos de viagens. Só que para a Igreja, torna-se um desafio”, afirmou D. Jorge Ortiga nas Jornadas de Pastoral de Turismo que decorrem até este sábado em Fátima.
Para o arcebispo de Braga, o crescimento deste setor na indústria do turismo desafia a Igreja e a criar projetos e conteúdos que permitam à comunidade, aos guias e aos turistas “uma diferenciação real e intencional” quando o destino ou o local de visita está relacionado com o sagrado.
“Não é difícil cair no erro de, inseridos em todo um mundo de mobilidade humana, provocar uma verdadeira confusão entre a alegria de conhecer realidades novas, momentos ou lugares singulares de ímpar beleza natural, sem sublinhar uma diferenciação real e intencional onde, na comparação, se estabelecem os critérios constitutivos dum verdadeiro turismo que, aliando o cultural ao espiritual, se apercebe que há algo de particular”, afirmou D. Jorge Ortiga.
O presidente da CEPSMH considera que acompanhar o desenvolvimento do turismo religioso é uma “tarefa que exigirá não pouco trabalho à Igreja” e que deve ser encarado não com a “superficialidade que, muitas vezes acompanham o agir pastoral da Igreja”
“Chega-se tarde e quando já não é possível exercer a influência em campos ocupados ou apresentar experiências inéditas mas sedutoras”, recorda o arcebispo de Braga responsável pela comissão da Conferência Episcopal Portuguesa que coordena o trabalha da Obra Nacional da Pastoral do Turismo, promotora das Jornadas sobre o tema “Dimensão Evangelizadora do Turismo”.
“As ambiguidades do Turismo Religioso devem tornar-se oportunidade se soubermos oferecer os espaços Religiosos como proposta de Evangelização e mesmo catequética”, afirmou D. Jorge Ortiga.
Para o presidente da CEPSMH, é necessário criar “comunhão” entre os turistas, os guias e os espaços de acolhimento, que capaz de “delinear trajetórias para um Turismo Religioso que não se resume à visita e apresentação dos espaços sagrados”
D. Jorge Ortiga considera que “a sintonia com os turistas pode tornar-se, sem o mínimo espírito de proselitismo, oportunidade para entrar na Palavra de Deus”.
“Não podemos eludir-nos e ceder à tentação. Importa reagir. Somos detentores dum património cultural que nos identifica e devemos ser capazes de o comunicar com entusiasmo e convicção”, afirmou o presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana na conferência sobre o tema “Dimensão evangelizadora e catequética dos espaços religiosos” nas Jornadas Nacionais da Pastoral do Turismo.
PR