Bispos portugueses partilham preocupações, desafios e propostas
Lisboa, 27 set 2014 (Ecclesia) – Neste Dia Mundial do Turismo, a Agência ECCLESIA deixa as preocupações, os desafios e as propostas de algumas das dioceses portuguesas onde a atividade tem uma importância essencial para o desenvolvimento socioeconómico.
De acordo com o arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, há “cada vez mais turistas” a procurarem o país, e a região minhota, o seu “património e beleza”.
Para aquele responsável, esse fator representa para a Igreja Católica uma “oportunidade mas também uma responsabilidade”, no sentido de procurar proporcionar a quem procura esse património, neste caso religioso, uma apresentação de qualidade, para que “as pessoas gostem e consigam trazer mais pessoas para o país”.
“Porque o turismo é também uma oportunidade em termos de orçamento, traz consigo uma vantagem económica significativa”, recorda o prelado.
Nesse sentido, a Arquidiocese de Braga tem apostado na melhoria dos serviços que estão à disposição dos turistas, visitantes e peregrinos, nomeadamente daqueles que procuram a Sé de Braga.
A entrada no monumento passou a ser feita com o acompanhamento de “guias devidamente preparados”, a fim de que não aconteça “apenas uma visita fria” mas que as pessoas tenham oportunidade de conhecer a história, o que está por trás do património, o seu “sentido e significado”, frisa o arcebispo.
Esta aposta, ressalva D. Jorge Ortiga, teve efetivamente os seus custos, pelo que a entrada na Sé passou a ser feita mediante um pequeno contributo financeiro por parte dos turistas.
“Queremos oferecer qualidade, no caso concreto em Braga, não fugimos às nossas responsabilidades e isto traz os seus encargos”, complementa o prelado.
Na Diocese da Guarda, está em marcha um “trabalho de inventariação” do património religioso da região e a criação de projetos que permitam divulgar aos turistas a potencialidade turística daquela zona do país, que “é notável”.
Entre os principais projetos, adianta o bispo da Guarda, está o desenvolvimento de “um museu de arte sacra que seja capaz de apresentar, de forma cíclica, por exposições temporárias, a realidade local”.
Em termos do património religioso, D. Manuel Felício destaca ainda a necessidade de criar “roteiros que levem as pessoas ao encontro do património, das terras e dos lugares”.
No plano do património natural, o bispo lamenta que as potencialidades da Serra da Estrela estejam atualmente a ser aproveitadas em “menos de 10 por cento”.
“Isto é mau para quem está na Guarda e nesta região, mas também é mau para o conjunto do país”, aponta o prelado.
De Vila Real chega uma chamada de atenção para a realidade do interior, com a sua grande beleza paisagística, o Douro vinhateiro, as serras e montes”.
“O país não é só Lisboa, é o interior também, que tem maravilhas que são dignas de realce”, recorda D. Amândio Tomás.
O prelado exorta as pessoas a terem a “coragem” de visitar estas terras, a “deixarem-se guiar e ensinar”, a irem “ao encontro da beleza, porque ela aproxima sempre de Deus”.
LFS/JCP