Igreja: Terra, casa e trabalho são «indesmentíveis urgências» do «reino a construir»

D. Manuel Clemente presidiu à ordenação episcopal de D. João Marcos no dia de «Cristo Rei»

Lisboa, 23 nov 2014 (Ecclesia) – D. Manuel Clemente, patriarca de Lisboa, afirmou hoje na homilia da missa de ordenação episcopal de D. João Marcos que “o reino a construir” tem de inclui a garantia de terra, casa e trabalho para todos, três “indesmentíveis urgências”.

“Terra a todos destinada, casa que abrigue cada família, trabalho igualmente garantido: eis aqui o reino a construir, reconhecendo na prática o que confessamos na fé, pois se Cristo em todos nos espera, a dignidade de cada um é já divina”, afirmou D. Manuel Clemente no Mosteiro dos Jerónimos.

O Patriarca de Lisboa recordou, na homilia da missa no dia de Cristo Rei, a mensagem do Papa Francisco quando se dirigiu aos Movimentos Populares de todo o mundo no encontro que realizaram no Vaticano no dia de 28 de outubro, onde considerou como “direitos sagrados” ter terra, casa e trabalho.

"Não existe uma pobreza material pior do que a que não permite ganhar o pão e priva da dignidade do trabalho”, repetiu D. Manuel Clemente citando a afirmação do Papa.

Para o Patriarca de Lisboa o trabalho é um “meio indispensável” para “dignificar” todas as pessoas e não se pode “dispensar” um trabalhador do seu trabalho por razões de “alegada economia”.

“Como se poderá dispensar, assim se diz, alguém do seu trabalho por razões de alegada economia sem considerar a razão maior de ser do próprio trabalho como meio indispensável de dignificar quem quer que seja?”, questionou D. Manuel Clemente.

“É realmente belo e esplendoroso o Reino que hoje celebramos. Mas tem como condição indispensável o acolhimento prático de Cristo presente em cada ser humano. É  a nossa conduta neste ponto que garante ou não em cada dia se pertencemos ou não ao Reino eterno”, afirmou o patriarca de Lisboa.

Na celebração de ordenação episcopal de D. João Marcos, bispo coadjutor de Beja, D. Manuel Clemente recordou bispos que, após terem sido bispos auxiliares no Patriarcado de Lisboa, foram bispos de Beja, nomeadamente D. Manuel Santos Rocha, D. Manuel Falcão e D. António Vitalino

D. João Marcos agradeceu “as manifestações de alegria” com que a Diocese de Beja recebeu a notícia da sua eleição para bispo coadjutor de Beja, que prometeu servir “inteiramente”.

"Sei que o ministério episcopal é, de si, um jugo pesado, mas também sei por experiência que são verdadeiras as palavras do Senhor que me assegura: Porque Eu estou contigo, 'o meu jugo é suave'", disse D: João Marcos, que escolheu por lema episcopal “O meu jugo é suave”.

D. João Marcos, com 65 anos de idade, era diretor espiritual do Seminário dos Olivais e do Seminário Redemptoris Mater, e foi nomeado a 10 de outubro pelo Papa Francisco como bispo coadjutor de Beja, com direito de suceder a D. António Vitaliano, atual responsável diocesano.

"Rezai por mim, permanecei firmes no Senhor, amai-O generosamente, servi-O com alegria! A vida e a felicidade de muita gente dependem da vossa fidelidade", pediu D. João Marcos aos seminaristas e sacerdotes que acompanhou na alocução com que terminou a celebração de ordenação episcopal.

A ordenação episcopal, presidida pelo patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, bispo ordenante, teve como co-ordenantes o bispo de Beja, D. António Vitalino, e o arcebispo de Évora, D. José Alves.

A entrada solene na diocese alentejana vai ocorrer a 30 de novembro, às 17h00, numa celebração na igreja de Santa Maria da Feira.

PR

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Agência ECCLESIA

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