Igreja: Sophia no Panteão recorda importância da Cultura

Padre Tolentino Mendoça e D. Manuel Clemente destacam a honra de presidir à cerimónia religiosa antes da trasladação

Lisboa, 03 jul 2014 (Ecclesia) – O padre Tolentino Mendonça e D. Manuel Clemente destacam a importância da poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen e a honra de terem presidido à cerimónia religiosa antes da trasladação para o Panteão Nacional.

“A poesia já está no Panteão no Nacional, mas volta a entrar e é uma recordação muito grande a toda a comunidade nacional que de facto nós não somos povo sem cultura”, destaca o padre e poeta Tolentino Mendonça, diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, em declarações aos jornalistas.

“A poesia desde a nossa origem tem sido uma das formas de arte mais persistentes e que em muitos momentos se tornou uma linguagem de todos que é o caso que Sophia de Mello Breyner Andresen protagoniza”, acrescentou o também capelão da Capela do Rato, onde se celebrou a Missa antes da trasladação dos restos mortais da poetisa para o Panteão Nacional, esta quarta-feira.

Para D. Manuel Clemente, patriarca de Lisboa, Sophia rima com poesia e sabedoria: “Uma mulher muito sábia e as palavras que escrevia nasciam cá dentro e depois saiam assim tão bonitas e tão verdadeiras”.

“As palavras de Sophia são exatamente aquelas e não podiam ser outras”, desenvolve o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, recordando que os gregos diziam “a beleza é o esplendor da verdade”.

Com a poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen tantos os leitores de poesia mais exigentes como “qualquer ouvido desprevenido” pode surpreender uma música “que só a poesia dá”, analisa ainda o padre Tolentino Mendonça.

Para D. Manuel Clemente, presidir a esta cerimónia “foi uma grande honra” porque é admirador da poetisa: “Quando penso em poesia penso em Sophia, são as palavras certas, pelo menos para a minha sensibilidade e para a minha compreensão das coisas, é muito luminosa.”

“Foi muito comovente poder evocar assim de perto a Sophia de Mello Breyner Andresen”, acrescenta o padre Tolentino Mendonça que considera que todos aprenderam “muitas coisas do mundo” com a escritora, não só sobre a língua portuguesa mas também “o que é o ar, o que é a dança”, por exemplo.

A Capela do Rato era o local onde muitos católicos se reuniam nos anos 60 e 70, do século XX, e simboliza o lado religioso de Sophia de Mello Breyner Andresen mas também o lado interventivo e ativo na sociedade: “Liam como ela lia muito bem a aspiração religiosa com a consequência política no sentido mais profundo da palavra e encontravam aqui inspiração e força”, conta D. Manuel Clemente.

A trasladação dos restos mortais de Sophia de Mello Breyner Andresen para o Panteão Nacional aconteceu 10 anos após a sua morte e quando se assinalam 40 anos do 25 de Abril.

LS/CB/OC

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Agência ECCLESIA

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