Religiosas questionam cultura do «silêncio» nestes casos
Cidade do Vaticano, 23 nov 2018 (Ecclesia) – A União Internacional das Superioras Gerais (UISG) condena “toda e qualquer forma de abuso” e compromete-se a trabalhar com a Igreja e as autoridades civis para ajudar as vítimas destas situações.
“Estamos ao lado das mulheres e homens que demonstraram coragem, denunciando casos de abuso às autoridades. Condenamos os proponentes da cultura do silêncio e da ‘omertà’, que muitas vezes usam o pretexto de ‘proteger’ a reputação de uma instituição, ou que definem tal atitude como ‘parte de sua cultura’”, refere a UISG em comunicado.
A União Internacional das Superioras Gerais assinala que o abuso de qualquer espécie – “sexual, verbal, emocional ou um uso indevido de poder dentro de um relacionamento – afeta a dignidade e o desenvolvimento saudável” da pessoa que é vítima.
As religiosas incentivam à “denúncia transparente de abusos às autoridades civis e penais”, tanto nas Congregações religiosas como em paróquias ou dioceses, “ou em qualquer espaço público”.
“Para ajudar as vítimas de todas as formas de abuso a curar as feridas do passado num processo de acompanhamento e de exigência de justiça e a investir na prevenção do abuso por meio de uma formação colaborativa e programas educativos para crianças, mulheres e homens”, desenvolve a nota oficial.
“Se a UISG receber um relatório de abuso, estará presente com a escuta e o acompanhamento da pessoa, para que tenha a coragem de denunciar o que foi vivido às organizações competentes”, asseguram as religiosas.
Neste contexto, o comunicado pede às religiosas que tenham sido vítimas de abusos que “denunciem o ocorrido à superiora da própria Congregação e às competentes autoridades eclesiais e civis”.
“Queremos construir redes de solidariedade para combater essas situações desumanas e contribuir para uma nova criação no mundo”, acrescentam as responsáveis.
A União Internacional das Superioras Gerais é uma organização internacional de Superioras Gerais das Congregações religiosas canonicamente aprovadas com “2000 congregações e representa mais de 500 mil irmãs”.
CB/OC