Sacerdote português reuniu as crónicas semanais que escreve na Agência Ecclesia no livro «Lusofonias – de Roma para o mundo»
Roma, 08 fev 2021 (Ecclesia) – O padre Tony Neves, religioso português coordenador do Gabinete de Justiça e Paz dos Missionários do Espírito Santo (Espiritanos) em Roma, afirma que “uma crónica é sobretudo um abanão” e nestes textos ajuda “as pessoas a abrir perspetivas”.
“Não uso armas, a única coisa que posso fazer para além de rezar é intervir desta forma, ajudando as pessoas a pensar, ajudando as pessoas a abrir perspetivas”, disse o autor das crónicas reunidas no livro ‘Lusofonias – de Roma para o mundo’, em declarações à Agência ECCLESIA.
O padre Tony Neves, que coordena o Gabinete de Justiça e Paz da congregação dos Espiritanos em Roma, explica que vê a sua “escritura como uma série arte de abanar”, por isso “uma crónica é sobretudo um abanão”, e sente que “isso acontece porque muita gente reage ao que lê na Agência Ecclesia” ou ouve através de rádios lusófonas espalhadas pelo mundo, e depois comunicam com o missionário português.
“Uma das missões de uma cronista, de um jornalista, de um ativista, é ajudar a abrir horizontes, ajudar a rasgar novas formas de ler a história e de intervir, mas de uma forma aberta, tolerante, cativadora, que não seja pela violência das palavras, metendo medo”, desenvolveu o sacerdote e jornalista.
No novo livro ‘Lusofonias – de Roma para o mundo’, o padre Tony Neves juntou “todas as crónicas” que escreveu semana após semana desde que foi nomeado para o serviço Espiritano de justiça, paz, integridade da criação e diálogo inter-religioso e são essas temáticas que “estão praticamente presentes nas crónicas”.
“Todas as semanas escolho um acontecimento, um livro, uma intervenção do Papa, uma encíclica, um momento litúrgico que permite fazer um pequeno comentário e por a gente que me vai lendo e ouvindo com o coração a bater ao ritmo da história, da Igreja, ao ritmo dos acontecimentos, ao ritmo da missão”, explica.
‘Ao Papa Francisco por tudo’, escreveu o missionário português no livro porque Francisco “é uma inspiração pela sua fé, pela sua coragem, pela sua opção pelos mais pobres”.
“Por chamar a atenção das periferias e das margens, por ter proposto, lançado e estar a viver um pontificado que é profundamente missionário: Estou a tentar seguir na sua peugada, sei que é difícil mas é importante que o faça”, acrescenta, assinalando que na parte final do livro publicou “oito grandes crónicas sobre a ‘Fratelli Tutti’”, a mais recente encíclica de Francisco.
“De Roma para o mundo”, decifra o autor, faz uma ligação à ‘Urbi et Orbi’ que “caracteriza a ligação que o mundo inteiro tem com a cidade de Roma” e, durante dois anos e três meses, o padre Tony Neves teve “oportunidade para correr boa parte do mundo” como coordenador do Gabinete de Justiça e Paz dos Missionários Espiritanos e destaca que há “muita gente a fazer muito bem”.
Neste contexto, destacou em Angola, o trabalho que os missionários e missionárias, padres, irmãs, leigos, fazem para “ajudar o mundo a ser mais humano e mais fraterno”; Na ilha Goreia (Gorée), no Senegal, e em Zanzibar, na Tanzânia, “o diálogo inter-religioso” é um dos “caminhos de futuro”, onde os Espiritanos estão a fazer “um trabalho extraordinário de mãos dadas com os líderes islâmicos locais para evitar que os fundamentalismos, integrismos, tomem conta da história”.
PR/CB