Igreja/Sociedade: Servas de Nossa Senhora de Fátima vão inaugurar «Centro de Conhecimento» no Convento das Capuchas

Religiosas oferecem «um local com história, com a cultura», para trabalho, reuniões e conferências, onde as pessoas podem «acercar-se também um pouco mais de Deus»

Santarém, 11 jan 2024 (Ecclesia) – As Servas de Nossa Senhora de Fátima (SNSF) vão inaugurar a 21 de janeiro o “Luiza Andaluz Centro de Conhecimento”, no Convento das Capuchas, em Santarém, terceiro espaço do projeto, que visa divulgar o legado da fundadora da congregação.

“Sempre dissemos que os três polos formavam uma unidade e faltava esta dimensão educativa e de transformação social que a vida de Luiza Andaluz fez, dando continuidade ao histórico da casa”, disse a irmã Mafalda Leitão à Agência ECCLESIA.

Na visita ao novo espaço ‘Luiza Andaluz Centro de Conhecimento’, o segundo na cidade de Santarém, a entrevistada explicou vai ser “o mais pequeno em termos de área, um cantinho” do Convento das Capuchas, com acesso através de um hall que “preserva a ‘roda’ típica dos mosteiros, que servia para o contacto com o exterior”.

Já no interior do convento, na ‘Sala da Roda’, as religiosas vão apresentar “a linha da história” de ‘Luiza Andaluz, como nas outras duas casas, agora como “educadora”; a sala já tem uma “mesa muito peculiar”, redonda, com gavetas, onde as “alunas iam aprendendo costura”, que também é uma referência à Fundação Luiza Andaluz que comemora 100 anos, em 2025.

A irmã Mafalda Leitão explica que a Sala do Arco, que “seria na base do convento o Coro Baixo”, vai ser um “espaço de cowork”, onde a cidade e as pessoas de Santarém podem trabalhar, estudar, mas também usar para “reuniões de empresas, grupos, paróquias”, conferências, com capacidade para 20 a 30 pessoas.

A Congregação das Servas de Nossa Senhora de Fátima quer “introduzir” o nome ‘Convento das Capuchas’ “na gíria de Santarém” porque no quarteirão do convento e da sua cerca já existem três valências – a Fundação Luiza Andaluz, a comunidade das religiosas, “e no cantinho da cerca, uma sala, o centro académico de Santarém, mais dedicado aos universitários”.

O primeiro espaço ‘Luiza Andaluz Centro de Conhecimento’ está em funcionamento desde 19 de abril de 2022, na Casa Madre Luiza Andaluz, em Santarém, apresenta a “vida histórica, familiar” da fundadora das SNSF, e o segundo espaço, com uma “linha mais de empreendedora e realizadora de obra”, foi inaugurado no mesmo ano, dia 24 de setembro, na Casa de São Mamede em Lisboa, no número 100 da Rua da Escola Politécnica.

Sobre a aposta nestes três espaços de encontro, a irmã Mafalda Leitão explica que as Servas de Nossa Senhora de Fátima “têm muito esta sua presença de estar no mundo e de dar resposta às necessidades de cada um dos tempos, em diálogo com a sociedade”, a congregação religiosa espera “ter lido bem” o mundo “mais cosmopolita deste século XXI”.

“Um local com história, com a cultura, com a comunicação que vamos tendo também pelas paredes e pelos objetos que vão decorar as salas, com o nosso diálogo, com a nossa presença, poderem acercar-se também um pouco mais de Deus; começando a encontrar um pouco mais de paz, um pouco mais de silêncio, um pouco mais de luz, palavras tão quotidianas mas que são aproximações a Deus”, desenvolveu, na entrevista de apresentação do novo espaço que é emitida no Programa ’70X7 deste domingo, às 17h30, na RTP2.

O ‘Luiza Andaluz Centro de Conhecimento’ começou a ser pensado em 2016, e os espaços físicos “onde se comunica” recebem crentes e não crentes, tendo como “foco” os jovens adultos mas alargando a todas as faixas etárias, está também nos meios digitais, através de um sítio na internet e páginas nas redes sociais (Facebook Instagram).

HM/CB/OC

Luiza Maria Langstroth Figuera De Sousa Vadre Santa Marta Mesquita e Melo (1877-1973), Luiza Andaluz, nasceu a 12 de fevereiro de 1877, no Palácio Andaluz em Marvila (Santarém), no seio de uma família abastada; tirou o diploma de professora primária e, em 1923, abriu o Colégio Andaluz, instituição que hoje continua através do Politécnico de Santarém, e fundou as Servas de Nossa Senhora de Fátima.

Foi no Convento das Capuchas que Luiza Andaluz teve o seu primeiro trabalho oficial, “aos 14 anos”, quando o então cardeal-patriarca de Lisboa, D. Frei José Sebastião Neto, pede que “ajude a organizar uma escola que as irmãs Capuchas tinham para crianças de rua”.

O Papa Francisco aprovou a publicação do decreto que reconhece “as virtudes heroicas” de Luiza Andaluz, a 19 de dezembro de 2017.

As Servas de Nossa Senhora de Fátima estão presentes em Portugal, Bélgica, Luxemburgo, Brasil, Guiné-Bissau e Moçambique.

 

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Agência ECCLESIA

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