Igreja/Sociedade: «Ser humano tem de ser salvo de ser um homem unicamente tecnológico» – D. Rui Valério

Patriarca de Lisboa interveio em seminário internacional de Estudos Globais promovido pela Universidade Aberta

Foto: Patriarcado de Lisboa

Lisboa, 08 abr 2025 (Ecclesia) – O patriarca de Lisboa alertou, esta segunda-feira, contra um modelo de pensamento exclusivamente “tecnológico”, falando na sessão inaugural do Seminário Internacional de Estudos Globais – Série ‘Diálogo Inter-Religioso’, da Universidade Aberta.

“Hoje, é necessário salvar o ser humano. A cultura e a mentalidade em que nos movemos hoje é onde emergiu a afirmação da tecnologia. Procura-se um ser humano que exista de acordo com aquilo que são as características da tecnologia. Se hoje o ser humano tem de ser salvo, é disso mesmo: de ser um homem unicamente tecnológico. A religião pode assumir o papel de lembrar que o ser humano é muito mais que aquilo que produz: valemos muito mais que isso”, referiu D. Rui Valério, numa intervenção divulgada pelo Patriarcado de Lisboa.

O responsável católico assinalou que “o diálogo inter-religioso emerge como plataforma que possibilita um percurso de fraternidade e inclusão”, acrescentando que a religião “pode ser transformadora da cultura” e “é neste campo que se move o diálogo”.

A intervenção do patriarca de Lisboa abordou o tema ‘Urgências e Desafios do diálogo inter-religioso para a construção de uma globalização de rosto humano’.

“O diálogo também se funda no ethos, isto é, o ser humano é um valor porque não pode não ser. A ética está mal se for necessário buscar justificações”, indicou D. Rui Valério.

A sessão foi promovida pelo Centro de Estudos Globais da Universidade Aberta, em parceria com o LusoGlobe, centro de investigação da Universidade Lusófona, e teve lugar no salão nobre da Universidade Aberta, no Palácio Ceia.

A sessão, coordenada por Porfírio Pinto (Centro de Estudos Globais – Universidade Aberta), contou com o comentário crítico de Khalid Jamal (comentador e membro da Comunidade Islâmica de Lisboa), Elsa Pereira (da Aliança Evangélica Portuguesa) e Fabrizio Boscaglia (coordenador da base de dados do Património Islâmico em Portugal e subdiretor do Mestrado em Ciência das Religiões da Universidade Lusófona).

OC

 

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