Igreja/Sociedade: Responsáveis católicos defendem maior atenção das paróquias aos trabalhadores imigrantes

Organizações estiveram reunidas com o presidente da República

Foto: Família Cristã/Ricardo Perna

Fátima, 12 ago 2021 (Ecclesia) – A diretora da Obra Católica Portuguesa de Migrações (OCPM) disse hoje em Fátima que as organizações do setor estão preocupadas com a “exploração laboral” e os problemas de habitação dos imigrantes no país.

“Os migrantes sofrem de uma maneira diferente”, disse Eugénia Quaresma, na conferência de imprensa da apresentação da peregrinação dos migrantes a Fátima, que decorre entre hoje e amanhã.

A responsável referiu que uma delegação do FORCIM – fórum das organizações católicas para a imigração e asilo – esteve esta quarta-feira em Belém, para apresentar estas preocupações ao presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa.

Eugénia Quaresma destacou ainda o impacto da pandemia em áreas como a saúde e educação, para os imigrantes e seus descendentes.

A diretora da OCPM sublinhou que a Igreja tem vindo a “progredir” na sua ação contra o tráfico de pessoas, desde a exploração sexual à exploração laboral, na agricultura ou no trabalho doméstico.

“Não é apenas uma questão das vítimas, mas dos consumidores”, acrescentou.

A responsável católico reafirmou a sua “preocupação com as narrativas” xenófobas e racistas nas redes sociais, convidando a conhecer e confrontar-se com o que é diferente.

“Pode ser qualquer um de nós”, prosseguiu.

A peregrinação aniversária de agosto é presidida pelo cardeal Jean-Claude Hollerich, arcebispo do Luxemburgo.

A Igreja Católica em Portugal está a celebrar de 8 a 15 de agosto a 49ª Semana Nacional de Migrações, com o tema ‘Rumo a um nós cada vez maior’.

Foto: Família Cristã/Ricardo Perna

A conferência de imprensa contou com o testemunho do padre Rui Pedro, missionário junto da comunidade de língua portuguesa no Luxemburgo, que apresentou o país como um “laboratório” de diálogo intercultural e para as próprias comunidades católicas.

O religioso, missionário scalabriniano, trabalha junto dos portugueses e cabo-verdianos, num país com 30% de população lusófona, sublinhando que a pandemia tem “agravado a situação familiar”, com impacto nas migrações.

Num olhar para a realidade nacional, o antigo diretor da OCPM sustentou que aquilo que é reivindicado para os emigrantes portugueses tem de ser aplicado aos imigrantes em Portugal.

“É uma grande ocasião de pôr o Evangelho em prática, defendendo os direitos destas pessoas”, observou, num apelo às paróquias católicas.

OC

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Agência ECCLESIA

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