Igreja/Sociedade: Presidente da CIRP afirma que Vida Consagrada tem de assumir riscos para se «atualizar»

Irmã Maria da Graça Guedes sublinha que esta realidade da Igreja Católica «faz sentido e continua válida», na sua diversidade

Braga, 03 fev 2022 (Ecclesia) – A presidente da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP) afirma que a Vida Consagrada “faz sentido e continua válida” na sua diversidade, defendendo uma maior capacidade de arriscar.

“A Vida Consagrada terá tanto mais vida quanto maior risco correr para se atualizar no hoje. A vida consagrada tem futuro se propuser a radicalidade evangélica como a do Mestre do Evangelho”, disse a irmã Maria da Graça Guedes à Rede Mundial da Oração pelo Papa (RMOP-Portugal).

A Igreja Católica celebrou esta quarta-feira o 26.º Dia Mundial do Consagrado.

Em Portugal existem mais de cem congregações religiosas femininas, a maioria de vida ativa, mas praticamente todas as dioceses têm um mosteiro ou convento de clausura.

A Vida Consagrada na Igreja Católica é constituída por homens e mulheres que se comprometeram, pública e oficialmente, a viver (individualmente ou em comunidade) os votos de pobreza, castidade e obediência para toda a vida; hoje inclui leigos, sacerdotes, religiosas e religiosos.

Segundo a irmã Maria da Graça Guedes, da Congregação das Religiosas do Amor de Deus, existem vários fatores para a falta de vocações, como a exposição do jovem às influências do mundo que o rodeia, o contexto social, económico e religioso leva a família a empenhar-se mais no bem-estar pessoal, cultural e social, a questão vocacional para a vida religiosa deixou de estar presente na maioria das famílias, para além do reduzido número de filhos por agregado familiar.

“A Vida Consagrada é uma proposta de seguimento de Jesus, um caminho com sentido, que pode variar na forma e no modo de se apresentar. As pessoas consagradas que vivem nas congregações, porque Jesus passou pelas suas vidas, passam e deixam o perfume que as moveu a sair da sua terra, a deixar pai e mãe, irmãos”, desenvolveu.

As estatísticas da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal revelam que são poucas as congregações que têm o noviciado aberto com jovens portuguesas, mas existe uma procura e integração de jovens de países africanos e de Timor-Leste para formação humana, académica e religiosa, nas casas de formação inicial em Portugal.

A Enciclopédia Católica explica que o noviciado é o período de iniciação à vida religiosa, durante o qual “o noviço ou a noviça faz o discernimento da sua vocação, passa a conhecer melhor o carisma e o modo de viver”.

A presidente da CIRP comentou também algumas das preocupações partilhadas pelo Papa jesuíta numa audiência aos Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, a 11 de dezembro de 2021.

“O Papa Francisco, ao dizer abertamente a sua preocupação, conhecedor da realidade que em muitos lados se vive, está a dar a chave da conversão que é preciso acontecer para que este serviço dê frutos de humanidade e fraternidade”, acrescentou a irmã Maria da Graça Guedes na entrevista à RMOP-Portugal.

A Igreja Católica celebrou esta quarta-feira o 26.º Dia Mundial da Vida Consagrada; Francisco celebrou uma Missa na Basílica de São Pedro, publicou uma mensagem para a Conferência Mundial dos Institutos Seculares, elogiou as pessoas consagradas, pedindo que se reze pelas religiosas e consagradas durante este mês.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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