Igreja/Sociedade: Presidente da Cáritas Internacional pede compromisso social «mais exigente»

Cardeal Oscar Rodríguez Maradiaga critica sistema económica que exclui milhões de pessoas

Braga, 08 abr 2015 (Ecclesia) – O cardeal Oscar Rodríguez Maradiaga, arcebispo de Tegucigalpa, Honduras, e presidente da Cáritas Internacional, disse à Agência ECCLESIA que a dimensão social é imprescindível na ação da Igreja Católica.

“Vale a pena que a Igreja sublinhe, em especial através dos leigos, a necessidade de um compromisso social mais exigente”, assinalou o também coordenador do conselho consultivo de cardeais (C9), criado pelo Papa.

O responsável participou hoje numa iniciativa da Câmara Municipal de Fafe, o 1.º encontro internacional de ‘Causas e Valores da Humanidade’, intitulada ‘Terra Justa’.

Falando numa “conversa de café”, sobre ‘O Valor da Dignidade Humana’, o cardeal qual criticou o atual sistema económico centrado em “produzir mais” para “consumir mais”, a cada dia que passa.

Segundo o responsável, a “ética” deve estar em toda a ação humana, para que “a Economia não seja egoísta”.

O presidente da Cáritas Internacional admite que “a austeridade é uma palavra de que a Europa não gosta, mas é virtude cristã”.

Os “ajustes” do Fundo Monetário Internacional, por outro lado, “não beneficiaram nada” os povos e “produziram mais pobreza”.

“Com o sistema económico que temos agora não é possível” melhorar a situação, precisou D. Oscar Rodríguez Maradiaga, para quem “muitíssimas pessoas são ignoradas pelo desenvolvimento”.

“Eu digo que é necessário pensar na pessoa humana como o valor máximo”, defendeu.

Na sessão de boas vindas, o cardeal hondurenho foi recebido pelo executivo e pelos funcionários do município minhoto, que vai homenagear esta noite o cardeal.

D. Oscar Maradiaga observou, na entrevista à ECCLESIA, que o excesso de individualismo leva a esquecer a “dimensão comunitária”, mesmo na vivência dos católicos.

“É muito necessário que a dimensão social entre na evangelização”, precisou.

Em relação ao tema da justiça, que está no centro da sua presença em Fafe, o arcebispo de Tegucigalpa sublinha muitos o reduzem à dimensão legal ou “distributiva”, deixando de lado a “justiça social”.

Na terça-feira à noite, o cardeal hondurenho pronunciou uma conferência intitulada ‘O cristão na ação social’, no Auditório Vita, da Arquidiocese de Braga.

“Não se trata somente de assegurar a todos a comida ou um decoroso sustento, é necessário lutar, também, para que os pobres tenham prosperidade sem exceção de bem algum. E, finalmente, é necessário anunciar com insistência que, para a Igreja, a opção pelos pobres é uma categoria teológica, mais do que cultural, sociológica, política ou filosófica”, assinalou, numa intervenção, perante várias dezenas de pessoas.

D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga, referiu na ocasião que a diocese vive um ‘Ano Social’ que procurar se um “estímulo” para viver a dimensão da “caridade”.

OC

Notícia atualizada às 17h00

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Agência ECCLESIA

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