Igreja/Sociedade: Papa lamenta ditadura do trabalho que rouba tempo às famílias

Francisco realizou visita pastoral à paróquia romana do Santíssimo Sacramento e inaugurou casa para pessoas com deficiência

Roma, 06 mai 2018 (Ecclesia) – O Papa Francisco alertou hoje em Roma para a necessidade de conciliar os tempos do trabalho e das famílias, numa visita à paróquia romana do Santíssimo Sacramento, onde inaugurou a ‘Casa da Alegria’ para pessoas com deficiência.

O pontífice foi acolhido por milhares de pessoas no bairro popular de Tor de’ Schiavi, onde foi acolhido por dois cardeais e pelo pároco local, padre Maurizio Mirilli.

Depois de longos minutos a saudar a multidão, com abraços, selfies e bênçãos, com atenção particular às crianças, Francisco falou dos menores que “crescem sem a família em casa”.

“O pai está cheio de coisas, a mãe também trabalha, as crianças crescem algo sós, muitas vezes há uma avó que ajuda muito, os avós são um tesouro”, disse.

O Papa falou mesmo numa cultura “esclavagista”, que não permite a transmissão de valores humanos e religiosos entre gerações, considerando necessário “saber perder tempo com os próprios filhos” e falar com eles o “dialeto do amor”.

Num olhar para dentro das comunidades católicas, Francisco sublinhou que não se anuncia o Evangelho com palavras, mas com “proximidade, coerência, testemunho”, pelo que pediu alegria e lamentou que alguns padres, religiosas e leigos católicos tenham mais cara de “funeral” do que de “pastor”.

Como tem sido hábito nestas visitas, o Papa cumprimentou um grupo de doentes e idosos, antes de inaugurar a ‘Casa da Alegria’, que se destina à assistência para pessoas com deficiência, projeto que conta com o apoio do cardeal Luis Antonio Tagle, presidente da Cáritas Internacional.

Após confessar alguns fiéis da paróquia, o pontífice presidiu à Missa, na qual crismou a jovem Maya, de 12 anos, afetada por uma doença mitocondrial, e a sua mãe.

A homilia papal realçou a importância do amor que Jesus ensinou, que é “trabalho pelos outros.

“Fazei o esforço de não falar mal dos outros, peçamos ao Senhor para permanecer no amor, porque o amor é serviço e tomar conta dos outros”, observou.

No final da Missa, após a saudação aos fiéis reunidos na praça, que seguiram a celebração através de um ecrã gigante, Francisco regressou ao Vaticano.

OC

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Agência ECCLESIA

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