Igreja/Sociedade: Mensagem do Papa apela para «que as pessoas de todas as idades se dediquem concretamente ao serviço da vida humana»

Francisco defende aposta nas mulheres, “na sua capacidade de hospitalidade, generosidade e coragem”

Foto: Vatican News

Cidade do Vaticano, 08 mar 2025 (Ecclesia) – O Papa associou-se hoje à peregrinação do Movimento Pró-Vida italiano com uma mensagem, na qual elogia um projeto que “coloca a dignidade da pessoa no centro”.

“Conheço o valor do serviço que prestam à Igreja e à sociedade. Juntamente com a solidariedade concreta, vivida com o estilo de proximidade e de proximidade às mães em dificuldade por uma gravidez difícil ou inesperada, vós promoveis a cultura da vida em sentido lato. E procuram fazê-lo com franqueza, amor e tenacidade, mantendo a verdade intimamente unida à caridade para com todos”, escreve Francisco, na mensagem que foi lida pelo secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Pietro Parolin, na celebração que presidiu, na manhã deste sábado, na Basílica de São Pedro.

A peregrinação do Movimento Pró-Vida italiano a Roma realiza-se pelo seu 50º aniversário, “uma ocasião importante”, e, segundo Francisco, neste meio século, “infelizmente a cultura do descarte espalhou-se, mesmo que “alguns preconceitos ideológicos tenham diminuído” e a sensibilidade para o cuidado da criação “tenha aumentado entre os jovens”.

“Continua a ser necessário, e mais do que nunca, que as pessoas de todas as idades se dediquem concretamente ao serviço da vida humana, sobretudo quando ela é mais frágil e vulnerável; porque é sagrada, criada por Deus para um destino grande e belo; e porque uma sociedade justa não se constrói eliminando os nascituros indesejados, os idosos que já não são autónomos ou os doentes incuráveis”, desenvolveu o Papa, na mensagem com data de 5 de março, assinada no Hospital Gemelli.

Francisco destaca que o compromisso dos peregrinos do Movimento Pró-Vida, em sintonia com o de toda a Igreja, “indica um projeto diferente, que coloca a dignidade da pessoa no centro e favorece os mais frágeis”.

O nascituro representa, por excelência, todo o homem e toda a mulher que não conta, que não tem voz. Ficar do lado dele significa mostrar solidariedade para com todos os rejeitados do mundo. E o olhar do coração que o reconhece como um de nós é a alavanca que move este projeto”.

Foto Vatican News

O Papa pediu também, na mensagem que foi lida neste Dia Internacional da Mulher 2025 (8 de março), na Basílica de São Pedro, que o Movimento Pró-Vida italiano continue a “apostar nas mulheres, na sua capacidade de hospitalidade, generosidade e coragem”, salientando que as mulheres “devem poder contar com o apoio de toda a comunidade civil e eclesial”, enquanto os Centros de Ajuda à Vida podem tornar-se “um ponto de referência para todos”.

Francisco, que termina a agradecer as “páginas de esperança e de ternura que ajudais a escrever no livro da história e que permanecem indeléveis”, confia todos à intercessão de Santa Teresa de Calcutá, “presidente espiritual dos Movimentos Pró-Vida no mundo”, e pede que “não se esqueça de rezar” por si.

“O primeiro ramo” do Movimento Pró-Vida, lembra o Papa, foi o Centro di Aiuto alla Vita (Centro de Ajuda à Vida) fundado em Florença, em 1975, depois, multiplicaram-se por “toda a Itália”, aos quais juntaram-se outros serviços e organizações.

“Encorajo-vos a levar por diante a proteção social da maternidade e a aceitação da vida humana em todas as suas fases.”

Foto: Vatican News

O cardeal Pietro Parolin, antes de ler a mensagem do Papa, convidou as pessoas a rezar pela saúde de Francisco, e partilhou também algumas palavras com o Movimento Pró-Vida, onde destacou as mais de 270.000 crianças ajudadas a nascer.

O secretário de Estado do Vaticano, após a leitura da mensagem, incentivou a serem companheiros de viagem das mulheres e das mães a quem se pode sentir a proximidade de Jesus, e a não desanimarem “na defesa da vida”, porque “aquele que é a vida dá-vos a vida e dá-vos em abundância”.

O colaborador do Papa denunciou a “cultura da morte”, que se manifesta “em práticas como o aborto, a eutanásia e numa mentalidade que vê a vida como algo relativo: a ser escolhida ou terminada de acordo com as circunstâncias”.

CB

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