«Chega de colonizar os povos com armas», disse Francisco, que rezou pela paz e lembrou países em guerra e conflitos
Vaticano, 26 dez 2024 (Ecclesia) – O Papa Francisco afirmou hoje que “uma das ações que caracterizam o Jubileu é o perdão das dívidas” e apoiou a campanha da Cáritas Internacional, lançada no âmbito do Ano Santo 2025, intitulada ‘Transformar a dívida em esperança’.
“Encorajo toda a gente a apoiar a campanha da Caritas Internationalis para aliviar os países sobrecarregados por dívidas insustentáveis e promover o desenvolvimento”, disse o Papa, esta quinta-feira, um dia depois do Natal, desde a janela do apartamento pontifício, onde presidiu à recitação do ângelus.
“A questão da dívida está ligada à questão da paz e do mercado negro das armas. Chega de colonizar os povos com armas.”
Francisco, neste apoio à campanha da Cáritas Internacional, intitulada ‘Transformar a dívida em esperança’, lançada no âmbito do Ano Santo 2025, o Jubileu da Esperança, incentivou a trabalhar “pelo desarmamento, contra a fome, contra a doença, contra o trabalho infantil”.
“E rezemos pela paz em todo o mundo, pela paz na Ucrânia atormentada, em Gaza, em Israel, em Myanmar, no Kivu do Norte (RDC) e em tantos países que estão em guerra”, acrescentou, reforçando os temas da paz e do perdão das dívidas aos países pobres presentes na sua mensagem de Natal, proferida no dia 25, antes da bênção ‘Urbi et Orbi’ (à cidade [de Roma] e ao mundo).
Após a oração mariana, neste primeiro dia após o Natal, 26 de dezembro, quando a liturgia da Igreja Católica celebra a festa de Santo Estêvão, o seu primeiro mártir, o Papa referiu que já tinha aberto “a primeira Porta Santa”, fora do Vaticano, após a abertura da porta de São Pedro, na prisão romana de Rebibbia.
“A catedral da dor e da esperança”, observou, realçando que uma das ações que caracterizam o Jubileu “é o perdão das dívidas”; na homilia, proferida na cadeia de Rebibbia, afirmou que a “esperança nunca desilude”, e convidou a ter as portas e os corações abertos.
Francisco, que desejou novamente “um Feliz Natal”, assinalando que recebeu “muitas mensagens e sinais” nestes dias, agradeceu “sinceramente a todos, a cada pessoa, a cada família, às paróquias e às associações”.
Na sua intervenção, da janela do apartamento pontifício, o Papa envio “votos de paz e de fraternidade” aos irmãos e irmãs judeus de todo o mundo que, esta quarta-feira, dia 25 de dezembro, começaram a celebrar a “festa das luzes, o Hanukkah, durante oito dias.
“Saúdo-vos a todos, romanos, peregrinos de Itália e de vários países. Penso que muitos de vós terão feito um caminho jubilar até à Porta Santa da Basílica de São Pedro. É um sinal bonito, um sinal que exprime o sentido da nossa vida, ir ao encontro de Jesus que nos ama, que nos abre o seu corpo para entrarmos no seu reino de amor, de alegria e de paz.”
Na reflexão antes da oração do ângelus, Francisco, no contexto da festa do primeiro mártir da Igreja, Santo Estêvão, lembrou os “muitos homens e mulheres perseguidos, às vezes até à morte, por causa do Evangelho”, em várias partes do mundo.
OC/CB
Jubileu 2025: Cáritas Internacional lança campanha «Transformar a dívida em esperança»