Igreja/Sociedade: Ordem Hospitaleira aposta no combate ao «estigma, o medo» associado à saúde mental

Dia Mundial da Saúde Mental assinala-se este domingo, alertando para o «mundo desigual»

Foto: Agência ECCLESIA/HM

Lisboa, 09 out 2021 (Ecclesia) – O padre Alberto Mendes, da Ordem Hospitaleira de São João de Deus, disse que cuidar das pessoas “junto do seu ambiente” é uma das apostas dos religiosos na área da saúde mental.

“É uma forma de lutarmos contra o estigma, de contagiarmos este carisma da hospitalidade a outros no mundo em que vivemos: Uma hospitalidade sempre mais inclusiva que não exclui ninguém”, disse o religioso, em declarações à Agência ECCLESIA.

O padre Alberto Mendes explica que no movimento ‘Juventude Hospitaleira’, na pastoral juvenil e vocacional, e também no voluntariado, mantêm esta ligação e quando participam nas atividades promovidas pelas Ordens Hospitaleiras depois levam “este carisma para os outros” e é uma forma desta presença jovem continuar viva no “mundo da saúde mental”.

O sacerdote recorda que em Portugal, há mais de 30 anos, os irmãos e as irmãs Hospitaleiras começaram a abrir aos campos de férias no verão, Páscoa e Natal, no Carnaval e “fins de semana hospitaleiros”, onde tentam levar os jovens até à saúde para “combater o estigma” e o medo.

Neste contexto, assinala ainda que muitas escolas, paróquias, grupos de escuteiros e outros grupos visitam as casas da Ordem Hospitaleira de São João de Deus onde fazem “experiências práticas e saem com uma visão totalmente diferente da saúde mental”

Este domingo, 10 de outubro, assinala-se o Dia Mundial da Saúde Mental com o tema ‘Saúde Mental Num Mundo Desigual’.

A Ordem Hospitaleira foi fundada em Granada (Espanha), pelo santo português João de Deus (1495-1550), e o padre Alberto Mendes recorda que, antigamente, “era quase tudo feito por irmãos, há muitos anos”, agora é o contrário têm “mais leigos, colaboradores”, que estão com alguns irmãos e existem centros que já não têm religiosos.

“Ocarisma teve de passar e vai-se passando aos colaboradores e em conjunto tentamos ver o carisma de São João de Deus que não se perca. Esta parte mais espiritual, mais carismática, junto da técnica, juntar no fundo a humanização à técnica, só assim é que há bons cuidados”, desenvolveu o especialista em cuidados paliativos.

Foto: Agência ECCLESIA/HM

O padre Alberto Mendes refere que a ideia no cuidado das pessoas “é a desinstitucionalização” e tentar que “estejam junto do seu ambiente, junto da sua família”, mas, infelizmente, “nem sempre é possível”.

Os Irmãos de São João de Deus têm oito estabelecimentos em Portugal e 80% das “respostas ligadas a psiquiatria e saúde mental, onde há pessoas institucionalizadas”.

O padre Alberto Mendes salienta que “tem de haver sempre esta retaguarda”, onde estão até à reabilitação.

O Dia Mundial da Saúde Mental vai estar em destaque no Programa ‘70×7’  deste domingo (17h30, RTP2), através dos projetos desenvolvidos pelo Instituto São João de Deus e pelas Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus.

HM/CB/OC

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