Índia: Dominicanos pedem a paz para um país que é um «autêntico tsunami de violência»

Ordem dos Pregadores dedica mês de dezembro à oração pela Índia

Lisboa, 04 dez 2019 (Ecclesia) – O prior provincial da Ordem dos Dominicanos em Portugal afirmou que a Índia é um “autêntico tsunami de violência” e disse que que a congregação religiosaem todo o mundo vai rezar pela paz no país da Ásia durante o mês de dezembro.

“Pouca gente sabe mas Índia é autêntico tsunami, muitas vezes invisível, mas de uma violência a muitos níveis muito grande: violência política, religiosa, cultural e social”, disse frei José Nunes em declarações à Agência ECCLESIA.

O anterior-mestre (superior-geral) da Ordem dos Pregadores dedicou o ‘Mês Dominicano da Paz’ 2019 à Índia e explicou que “o foco” é “combater a violência, sob a forma de privação e abuso, contra crianças, mulheres e ‘tribais’ (povos indígenas), lutas em que muitos Dominicanos estão presentes”.

Na sua mensagem, frei Bruno Cadoré realça que “as formas de violência prevalecem em tantos níveis na vasta e complexa sociedade indiana”.

Para além da sensibilização interna e das comunidades para esta temática e da oração, existe também a partilha solidária com a Índia, em concreto, o projeto Dominicano Bloom, para crianças de rua em Nagpur, e o projeto da Família Dominicana que treina “a abordar o abuso sexual infantil”.

O ‘Mês Dominicano da Paz’ 2019 começou no primeiro domingo do Advento, dia 1 de dezembro, e vai terminar no Dia Mundial da Paz, a 1 de janeiro de 2020.

“Esta iniciativa é essencialmente da Família Dominicana em todo o mundo. Em Portugal estamos com orações próprias nas nossas comunidades”, referiu frei José Nunes.

Neste contexto, destacou que este domingo, dia 8 de dezembro, vão juntar a “Família Dominicana num encontro com testemunhos de pessoas ligadas à Índia e Eucaristia com esta temática”, em Lisboa, e no Porto a vigília de oração começa às 21h30, de 20 de dezembro, na igreja de Cristo Rei (Foz).

O responsável nacional contextualiza que a Família Dominica celebra o seu Mês da Paz em dezembro, “certamente”, pela “chegada do príncipe da paz, o nascimento do príncipe da paz que se celebra no Natal”.

“A paz não é para ser vivida só num mês, é um desígnio universal para ser vivida em todo o tempo e lugar. No fundo, todas as grandes religiões falam disso, todos os homens e mulheres de boa vontade e na nossa cultura toda a gente defende a paz”, assinalou.

O prior provincial da Ordem dos Dominicanos em Portugal observa que “uma coisa é ter um discurso teórico e politicamente correto sobre a paz, outra são as práticas”, e deu como exemplo a recente viagem do Papa Francisco à Tailândia e ao Japão onde “falou sobre o armamento nuclear”.

“É politicamente correto dizer que é preciso lutar pelo desarmamento mas enquanto os chefes das nações, as grandes potenciais, dizem isso vão fabricando cada vez mais armamento. A paragem da corrida ao armamento é denunciada muito claramente na ‘Gaudium et Spes’ (constituição pastoral sobre a Igreja no mundo actual), do Concilio Vaticano II”, desenvolveu.

O frei José Nunes lembra que a Ordem dos Pregadores começou “apenas” há dois anos a dedicar o mês de dezembro à paz, primeiro a Colômbia, em 2017, “por causa da guerrilha, de uma sociedade muito espartilhada, dividida e com marcas de guerra muito fortes” e, em 2018, rezaram pela República Democrática do Congo, o ex-Zaire, que “infelizmente vive desde há décadas numa situação de guerra terrível”.

CB/PR

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Agência ECCLESIA

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