Bispo do Porto foi eleito responsável da Comissão da Pastoral Social e Mobilidade Humana
Porto, 28 abr 2017 (Ecclesia) – O bispo do Porto, novo presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana da Igreja Católica em Portugal, afirmou que a opção pelos pobres é “a prioritária” e que estes têm de ser “sujeitos e protagonistas de evangelização”.
“Temos sobretudo de encontrar nos pobres desafiadores e protagonistas evangelizadores de um mundo diferente, um mundo mais justo, mais coerente, que nos aproxime mas sobretudo mais irmãos e onde as distâncias e as diferenças entre aqueles que têm tudo e aqueles que não têm nada se possam esbater para sermos irmãos a vivermos nesta fraternidade evangeliza”, disse hoje D. António Francisco dos Santos à Agência ECCLESIA.
O prelado sublinhou que os pobres “têm de ser os destinatários preferenciais” da missão da Igreja e acredita que assim se “muda muito” o paradigma da construção da sociedade.
“Temos de ser mais rápidos nas respostas, mais próximos na presença e mais transparentes na nossa ação sociocaritativa”, afirmou.
O bispo do Porto foi eleito, esta quarta-feira na Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa, presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana e enumera prioridades para o próximo triénio.
A capacidade de trabalhar em rede com a sociedade civil, as autarquias locais, iniciativas do Estado, com as instituições e organizações da ação social para “valorizar o trabalho aos mais carecidos” num “diálogo permanente” rejeitando “posições que estreitem horizontes”.
Para D. António Francisco dos Santos, outro aspeto importante para a Igreja Católica em Portugal, que procura repensar a sua pastoral conjunta “sem uniformismo”,é promover um “trabalho mais integrado e coordenado” das 21 dioceses, “otimizando iniciativas” para serem “mais interventivos e mais proativos”.
O novo presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana diz ser necessário também dar “particular atenção” a alguns setores em que é preciso investir mais, como a promoção da justiça social, valorização do “progresso justo”, da paz, do diálogo entre gerações e inter-religioso e setores da vida para “construir cultura que ajude a promover mundo melhor”.
“Saibamos cuidar com particular atenção das franjas dos mais frágeis da sociedade como os sem-abrigo”, acrescentou, dando outros exemplos como estar atento ao desemprego como “drama social”, sobretudo nas classes mais jovens, à inserção de reclusos, a valorização dos emigrantes, dos ciganos, de “pequeninos grupos de etnias marginalizadas”, acolher os refugiados, “temos sido tão lentos nesse acolhimento”.
D. António Francisco dos Santos considera ainda que a comissão deve “valorizar áreas novas” como a pastoral do turismo, promover a “cultura de comunhão, passar da denuncia à profecia”.
Segundo o bispo do Porto, o caminho está facilitado pelas “intuições, exemplos e desafios proféticos” do Papa Francisco, dando como exemplo a viagem que começa hoje ao Egito.
CB/OC